A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) comunicou que sua mãe, Rita Zambelli, é pré-candidata a deputada federal nas eleições de 2026. A decisão, segundo a congressista, visa preservar e manter o que ela descreveu como “legado” político e ideológico, considerando o risco de se tornar inelegível. Carla Zambelli também transferiu as contas de redes sociais para sua mãe.

Sim, realizei essa transferência porque, caso se confirme minha inelegibilidade, existe o risco real de que tentem me silenciar, inclusive nas redes. E, como minha mãe sempre foi ativa, firme e atuante, tomei essa decisão de forma transparente, responsável e absolutamente legítima, declarou Zambelli sobre a transferência.

A partir desta semana, as contas oficiais de Zambelli nas redes sociais foram transferidas para o nome de sua mãe, Rita, com algumas alterações no nome de usuário.

A parlamentar afirmou que a medida busca manter a trajetória política da família e preparar o caminho para a candidatura de Rita à vaga de deputada federal nas eleições subsequentes. Zambelli ressaltou que sua mãe é uma mulher íntegra, com princípios firmes e que compartilha dos mesmos valores que ela sempre defendeu.

Ela também mencionou o filho, João Zambelli, como parte da estratégia familiar de continuidade política. Segundo a deputada, ele deverá disputar uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo em 2028. “Da mesma forma, meu filho [… ] também dará seguimento a esse legado, assegurando que minha luta não seja esquecida, caso, de fato, eu venha a ser calada pelo sistema”.

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Aqui está a íntegra da declaração de Carla Zambelli.

Minhas redes sociais representam um patrimônio — e, no meu caso, um bem de valor inestimável. Através delas, meu público pode conhecer minha trajetória, meus princípios, meus valores e todo um legado construído com grande esforço, paixão e dedicação ao Brasil.

Considerando o contexto de perseguição política em que se vê, com defensores da verdade, da família e da liberdade frequentemente alvejados, é natural que eu deseje assegurar que essa herança continue presente e atuante.

Decidi, transferir formalmente a gestão das minhas contas em redes sociais para minha mãe, Rita Zambelli, uma mulher íntegra e de princípios sólidos, que compartilha os valores que sempre defendi. Ela também é minha candidata a deputada federal no próximo ano, visando manter essa luta que é da nossa família e de muitos brasileiros que se opõem ao autoritarismo.

Meu filho, João Zambelli, também continuará essa trajetória, em 2028, como candidato a vereador de São Paulo, garantindo que meu trabalho não seja deixado de lado, caso eu seja silenciado pelo sistema.

Sim, realizei essa transferência devido ao risco real de que, em caso de confirmação da minha inelegibilidade, tentassem me silenciar, inclusive nas redes. E, considerando que minha mãe sempre foi ativa, firme e atuante, tomei essa decisão de forma transparente, responsável e absolutamente legítima.

Acreditam que nos farão silenciar, saibam: não vão. Nosso compromisso com Deus, com a Pátria, com a Família e com a Liberdade não será interrompido.

Mantemos a firmeza, com coragem, fé e a convicção de que o bem sempre triunfará.

Zambelli é condenada

A Polícia Federal acusou Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto em janeiro de 2024. O propósito das invasões seria introduzir documentos falsos de soltura e mandados de prisão contra Alexandre de Moraes, simulando sua assinatura. Segue a íntegra do relatório (PDF – 38 MB).

A parlamentar, conforme alegado pela defesa do hacker, teria quitado na totalidade R$ 40.000 para a invasão de “qualquer sistema do Judiciário”. Zambelli nega ter contratado ou pago pelas invasões.

Na petição enviada à PF em novembro de 2023, a defesa da deputada reforçou a acusação de mitomania (compulsão por mentir) contra Walter Delgatti Neto. Segue a íntegra (PDF – 1 MB).

O hacker reiterou, em audiência da CPI aberta em janeiro de 2023, que a solicitação de invasão ao site foi feita pela parlamentar. Ele também declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ofereceu imunidade em caso de prática ilegal.

Em 30 de janeiro de 2025, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) anulou o mandato da deputada federal Carla Zambelli. A decisão, com votos favoráveis a 5 e contrários a 2, entendeu que a congressista praticou abuso de poder político e utilizou de forma inadequada os meios de comunicação ao disseminar informações falsas acerca do pleito de 2022.

Em 14 de maio de 2025, o Supremo Tribunal Federal julgou unânime a condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão. O ministro Luiz Fux foi o último a votar, acompanhando o voto do relator, Alexandre de Moraes.

Walter Delgatti foi condenado a oito anos e três meses de prisão e, da mesma forma que Zambelli, deve pagar R$ 2 milhões em indenização por danos materiais e morais coletivos. Os valores serão destinados a um fundo administrado por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais do Ministério Público para restabelecer os bens lesados.

Fonte por: Poder 360