MPF solicita o bloqueio do concurso da Marinha devido à falta de respeito à política de cotas

A entidade considerou que o número de vagas destinadas a candidatos cotistas era insuficiente.

09/09/2025 21:54

2 min de leitura

MPF solicita o bloqueio do concurso da Marinha devido à falta de respeito à política de cotas
(Imagem de reprodução da internet).

A Promotoria Federal entrou com uma ação civil pública nesta segunda-feira, 8, solicitando a suspensão imediata de concursos públicos em andamento realizados pela Marinha, devido a um alegado descumprimento da Lei de Cotas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O órgão considerava inadequado o número de vagas reservadas a candidatos cotistas, que havia sido reduzido por meio de uma configuração de vagas pensada para prejudicar a criação de postos destinados a pessoas pretas, pardas e com deficiência nos concursos.

A prática irregular, conforme o MPF, consistia em dividir as vagas por especialidades profissionais, o que diminuía a base para o cálculo dos percentuais de cotas.

Leia também:

O caso analisado envolve o concurso para o quadro técnico do corpo auxiliar da Marinha, com 62 vagas previstas. De acordo com as normas em vigor em fevereiro do ano em que o edital foi lançado, o processo seletivo deveria prever, no mínimo, 20% das vagas para candidatos negros ou pardos e 5% para pessoas com deficiência. Contudo, as 11 vagas destinadas à cota racial estão abaixo desse percentual mínimo, e não houve reserva de vagas para candidatos com deficiência.

O edital contemplava quinze perfis profissionais distintos, dos quais os de Arqueologia, Estatística, História, Oceanografia e Serviço Social destinavam-se a apenas uma vaga e não reservavam nenhuma para cotistas. Segundo o MPF, a área que mais despertou atenção foi a de cargos da área de informática, que foi dividida em quatro subespecialidades (“banco de dados”, “desenvolvimento de sistemas”, “infraestrutura de TI” e “desenvolvimento da informação”).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Ministério Público explica que “não bastasse ter apartado irregularmente do total os postos de informática para a definição das cotas, a Marinha limitou ainda mais o alcance da política afirmativa ao tomar como base de cálculo o reduzido número de vagas destinadas a cada uma dessas subespecialidades”.

A Marinha foi contatada pelo MPF para realizar a alteração do concurso, porém alegou que uma mudança poderia comprometer o preenchimento efetivo das vagas por candidatos qualificados para as especialidades profissionais. A Marinha não se manifestou até o encerramento desta reportagem à Agência Brasil.

Fonte por: Carta Capital

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.