Maresca solicita ao general que investigue pedido de Torres; defesa abandona a participação de Paulo Guedes

Defensor do procurador afastado solicita a Moraes determinar que Gustavo Dutra depõe sobre os acampamentos em 8 de Janeiro.

29/05/2025 14h49

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(Imagem de reprodução da internet).

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou a notificação do general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto, como testemunha de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, no processo penal por tentativa de golpe em 2022.

Antes do início das audiências desta 5ª feira (29.mai.2025), o advogado de Torres, Raphael Menezes, solicitou que Moraes, relator do caso, intimasse o militar. Segundo Menezes, o depoimento de Dutra é relevante por abordar os acampamentos em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília que ocorreram antes do 8 de Janeiro.

Gustavo Dutra deveria depor como testemunha na quinta-feira (28.mai), porém ele não compareceu. Segundo o advogado de Torres, não foi possível convencer o general a comparecer. Moraes, então, informou que ele deverá depor na segunda-feira (2.jun), último dia de audiência das testemunhas do núcleo crucial da ação por tentativa de golpe.

As testemunhas de defesa somente são compelidas a depor se forem citadas pelo STF. Contudo, a defesa de Torres abandonou a possibilidade de depoimentos de outros envolvidos, incluindo o ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Guedes.

Os advogados também indicaram que desistiram da representação do ex-ministro da Secretaria de Governo Celio Faria e do ex-vice-advogado-geral da União Adler Cruz e Alves.

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Entre os ministros de Bolsonaro, apenas Adolfo Sachsida (Minas e Energia) e o advogado-geral da União Bruno Bianco foram entrevistados.

Gustavo Dutra

O general Gustavo Dutra liderou o Comando Militar do Planalto de julho de 2021 a abril de 2023. Foi afastado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma tentativa de realizar um processo de desligamento de militares ligados ao 8 de Janeiro, conforme noticiado pelo Poder360.

Dutra foi investigado pelo Ministério Público Militar em relação a uma possível falha de planejamento, negligência ou omissão nos atos extremistas de 2023.

Em setembro de 2023, o general compareceu à CPI do 8 de Janeiro no Congresso Nacional, onde declarou que o Exército utilizava uma estratégia indireta para desmobilizar os acampamentos de apoiadores de Bolsonaro em frente ao Quartel-General em Brasília. Ele também negou que os militares tenham agido com omissão.

O militar afirmou ter persuadido Lula a não ordenar a prisão dos extremistas após a invasão aos edifícios dos Três Poderes, argumentando que a ação ocorreria “sem planejamento”, o que poderia “terminar com sangue”.

Em 9 de janeiro de 2023, a PF e a polícia militar do DF desmantelaram o acampamento situado em frente ao quartel.

Depoimentos

O plenário do Supremo Tribunal Federal iniciou, em 19 de maio, a análise dos depoimentos de testemunhas apontadas pelo núcleo central da trama golpista. A Procuradoria-Geral da República sustenta que esse grupo foi responsável por liderar a organização criminosa.

As testemunhas de Anderson Torres depuseram na quinta-feira (29.mai).

As declarações das testemunhas em Torres prosseguirão na sexta-feira (30.mai). Elas devem ser concluídas até 2 de junho. Na mesma data, também testemunharão as pessoas indicadas por Bolsonaro, pelo ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e pelo general Walter Braga Netto, todos acusados por tentativa de golpe.

Fonte: Poder 360

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.