A importação de produtos russos atingiu US$ 6 bilhões em 2021, elevando-se para US$ 12 bilhões em 2024.
O Brasil aumentou significativamente suas importações de produtos russos desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. O investimento do governo brasileiro em compras à Rússia saltou de US$ 6,2 bilhões em 2021 para US$ 12,2 bilhões em 2024, registrando crescimento contínuo sob os governos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.
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Os produtos mais importados incluem combustíveis, no valor de US$ 7,18 bilhões, e fertilizantes, com valor de US$ 4,17 bilhões. A Rússia é o principal exportador de diesel para o governo brasileiro. Os dados são do Comtrade, agência que compila dados do comércio internacional.
O setor comercial brasileiro contrasta com os países do G7 – grupo das sete maiores economias industrializadas do mundo. O bloco tem sancionado e interrompido compras de produtos russos devido ao que considera “agressão” contra a Ucrânia.
As sanções econômicas visam isolar a economia russa e pressionar o país a cessar os ataques à Ucrânia. O Kremlin, contudo, encontrou no Brics — composto originalmente por Brasil, China, Índia e África do Sul — um aliado importante para sustentar sua economia e os próprios investimentos militares na ofensiva.
Em 2024, a Rússia exportou 20 vezes mais para os membros originais do BRICS do que para os países do G7. O grupo é composto por Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Alemanha, Reino Unido e Japão.
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Na esfera diplomática, Lula fortaleceu os laços com o presidente russo Vladimir Putin, à medida que se distanciou dos Estados Unidos e de nações europeias – com exceção da França de Emmanuel Macron.
A oposição critica o presidente brasileiro em razão de seus vínculos com a Rússia e outros países com regimes autoritários. Um caso emblemático foi a aparição de Lula ao lado de 18 líderes autocráticos no desfile do Dia da Vitória, em Moscou.
O petista também proferiu declarações imprecisas acerca da guerra na Ucrânia. Já solicitou a paz em diversas oportunidades, porém, mantém contato com Putin e questiona o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em diversas ocasiões.
O presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), ameaçou na segunda-feira (14.jul.2025) impor tarifas de 100% a produtos russos se o Kremlin não cessasse a guerra com a Ucrânia em 50 dias.
A declaração foi reforçada pelo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte. A aliança militar solicitou que as diplomacias da Índia, Brasil e China exercessem pressão sobre a Rússia para que cesse o conflito.
A taxa em si não teria impacto significativo direto no comércio da Rússia, considerando que o país não mantém o mesmo nível de importação com os EUA. No entanto, o líder norte-americano também ameaçou impor “tarifas secundárias” a países que importam da Rússia. Apesar de não ter detalhado as taxas, elas afetariam nações como Índia, China e Brasil, além de outros aliados como Bielorrússia e Turquia.
O senador Lindsey Graham (Partido Republicano), da Carolina do Sul, declarou, antes de Trump, que esses países estariam sendo punidos por adquirir diesel da Rússia.
A política dos Estados Unidos consiste em impor sanções aos países que apoiam a economia russa, visando compelir Putin a negociar um cessar-fogo na Ucrânia ou intensificar o isolamento econômico de Moscou. O Brasil se encontra nessa lista.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.