PSB busca João Campos para assegurar união entre Alckmin e Lula na disputa de 2026

O prefeito de Recife, João Campos, assumiu domingo (1) a presidência do Partido Socialista Brasileiro (PSB), com a tarefa de fortalecer o partido para as próximas eleições e buscar a permanência do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) na chapa de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

João Campos, nascido em 1993, pertence a uma família tradicional da política pernambucana. É bisneta de Miguel Arraes, que governou Pernambuco três vezes e liderou o partido entre 1999 e 2005, e filha de Eduardo Campos, também ex-governador do Estado e ex-presidente do PSB, falecido em 13 de agosto de 2014, em decorrência da queda de uma aeronave em Santos, durante a campanha presidencial daquele ano.

O prefeito do Recife é considerado uma das principais apostas da esquerda após o período de Lula. João Campos é o chefe do executivo municipal mais popular nas redes sociais, com mais de 2,9 milhões de seguidores no Instagram, onde compartilha iniciativas da cidade e se relaciona com seus seguidores. Sua administração se destaca pelas estratégias de proximidade com a população e o público jovem na internet.

Em 2024, João Campos foi reeleito prefeito de Recife no primeiro turno, vencendo Gilson Machado (PL) com 725.721 votos, que correspondem a 78,11% dos votos válidos. Registrou-se a maior votação já alcançada para o executivo municipal da capital pernambucana nas 11 eleições realizadas desde o retorno do voto direto para o cargo, em 1985.

Em 2020, aos 27 anos, ele se tornou o prefeito mais jovem a ocupar o cargo na cidade de Recife.

Em 2018, João Campos foi eleito pela primeira vez na Câmara dos Deputados, sendo o deputado mais votado do Estado, com mais de 460 mil votos. Ele assumiu o mandato em 1º de fevereiro de 2019 e o continuou até 31 de dezembro de 2020, momento em que renunciou à função após ser eleito prefeito de Recife.

João Campos também atuou como chefe de gabinete do governo estadual na gestão de Paulo Câmara, também do PSB.

João Campos, na liderança do partido, enfrentará o desafio de assegurar que Geraldo Alckmin permaneça como vice na chapa de reeleição de Lula. A incerteza sobre o futuro de Alckmin na posição é notável, e uma parcela dos aliados de Lula defendia o uso da vaga para atrair partidos maiores e de centro, como MDB ou PSD.

Em 2024, foi criticado por opositores por “ocultar” o apoio a Lula, e respondeu, alegando gratidão ao presidente pelos investimentos na cidade.

É o segundo de cinco filhos de Eduardo e Renata Campos. Em 2019, quando ambos eram deputados federais, iniciaram um relacionamento que abrange agendas políticas e pessoais.

Em 2024, durante sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral (PDT), eleita em 2018 por São Paulo e reeleita em 2022, publicou um vídeo intitulado “Amor”, que tratava de seu relacionamento com João Campos. O vídeo também foi republicado pelo atual presidente do PSB e obteve mais de 1,7 milhão de visualizações no Instagram.

Durante a campanha das eleições municipais em São Paulo, o relacionamento entre João Campos e Tabata foi alvo de ataques do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

O ex-deputado federal declarou que Tabata, sem vivência na administração pública, seria “um caos” gerenciando uma cidade como São Paulo e que não poderia usar como argumento o fato de ser namorada de João Campos para auxiliar na eleição. Após a repercussão, Valdemar disse que “se expressou mal”.

Fonte por: Tribuna do Norte