O jogador francês Kylian Mbappé, atualmente no Real Madrid, moveu uma ação judicial contra o seu ex-clube, PSG (Paris Saint-Germain), por assédio moral após denúncia. O atleta afirma ter sido vítima de “loft”, uma prática que consiste em isolar jogadores que o clube deseja negociar, como ocorreu com Mbappé em seu último ano no PSG. Dois juízes de instrução foram designados, conforme explicou uma fonte próxima ao caso, para investigar as acusações do jogador. Mbappé, capitão da seleção francesa, apresentou uma denúncia em Paris no dia 16 de maio por assédio moral e tentativa de extorsão, reclamando especificamente de seu afastamento em 2023. O caso foi atribuído à Brigada de Repressão a Crimes Contra Pessoas (BRDP), após a denúncia apresentada em maio também pela jogadora Kheira Hamraoui contra o PSG, que sofreu uma grave agressão na rua e agora é jogadora do Al-Shabab da Arábia Saudita, afirmando que o clube parisiense a isolou após sua recuperação para forçar sua saída, segundo uma fonte próxima.

O advogado criminal de Kylian Mbappé, Pierre-Olivier Sur, não se manifestou sobre a abertura do processo. O círculo do jogador também não se pronunciou, nem o PSG. Além do processo criminal, Mbappé possui uma disputa financeira com o clube parisiense. Seus advogados concederam, no início de abril, uma coletiva de imprensa, a primeira desde o início do desentendimento, para “adotar uma postura ofensiva” após uma longa batalha entre as entidades esportivas, como a Federação Francesa de Futebol e a Liga de Futebol Profissional. Mbappé, que se transferiu sem custos para o Real Madrid há um ano, exige 55 milhões de euros (R$ 354 milhões na cotação atual) em bônus e salários não pagos. Um “relato fantasioso”, segundo o PSG.

O PSG não é o único clube apontado nessas acusações. Em janeiro de 2024, o sindicato de jogadores profissionais UNFP apresentou uma denúncia com base em uma lista de cerca de 50 atletas que enfrentaram o mesmo problema (embora não estivessem diretamente envolvidos na preparação da denúncia). O UNFP acusou de assédio moral e extorsão diversos clubes que afastaram deliberadamente certos jogadores com o objetivo, segundo o sindicato, de “maximizar o valor das transferências”. Uma investigação foi aberta então, comandada pela Promotoria. No início de junho, os advogados do UNFO, Leão Del Forno e Julia Minkowski, apresentaram uma nova denúncia para que um juiz de instrução assumisse as investigações.

O Loft é uma espécie de isolamento, e quando um jogador é colocado nessa posição, ele fica sem poder jogar ou interagir com o restante do elenco. No entanto, conforme permitir o acesso aos vestiários, instalações de treino e cuidados médicos – “eventualmente diferentes, mas de qualidade equivalente”. Além disso, devem prover o equipamento “previsto para todos os jogadores profissionais” e propor horários de treinamento “compatíveis com as outras condições de preparação e treino do grupo principal de profissionais, e que respeitem a saúde dos jogadores”.

A locação deve finalizar em 1º de setembro, data do encerramento da cota da transferência. Contudo, essa prática apresenta vários abusos, segundo seus críticos. Essa situação isolada, considerada abusiva, leva jogadores a estenderem seus contratos com o clube ou, alternativamente, aceitarem uma transferência (com vantagem financeira para seu clube de origem) até mesmo a uma rescisão.

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Fonte por: Jovem Pan