Maicol afirma que secretário garantiu apartamento em troca de confissão

A Secretaria de Segurança Pública assegura que todos os atos foram conduzidos em conformidade com o Código de Processo Penal.

02/06/2025 8:39

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Maicol afirma que secretário garantiu apartamento em troca de confissão

Maicol dos Santos, preso pelo assassinato de Vitória Regina, de 17 anos, alega que sua confissão foi forçada. Em entrevista à TV Record, Maicol afirma que autoridades prometeram aposentadoria para sua mãe e um vale-aluguel em troca da confissão. A jovem foi encontrada morta em um terreno na Grande São Paulo em março deste ano.“Minha confissão foi baseada nos fatos que não só o delegado, mas vários policiais e investigadores me induziram naquele momento […]. O secretário de segurança afirmou que a aposentadoria da minha mãe estaria garantida, que daria um vale-aluguel para ela”, declara Maicol em entrevista à TV Record.Em março, a CNN divulgou um vídeo em que Michael confessava o crime. Na ocasião, ele alegou não saber que Vitória era menor de idade e que ela o ameaçava. Segundo depoimento na época, ambos tiveram um breve envolvimento há cerca de um ano, e Vitória ameaçava contar sobre o caso para a esposa do acusado.A Secretaria de Segurança Pública afirma que o caso foi encerrado em abril, com o indiciamento de Santos. Uma nova investigação apura o possível envolvimento de outras pessoas na ocultação do cadáver.O réu declara não conhecer Vitória e não possui obsessão por ela. Ele também alega que a vítima nunca utilizou seu veículo. Em relação aos produtos de limpeza e vestígios encontrados em sua residência, ele justifica que estava em processo de mudança e que a limpeza era uma atividade habitual.A defesa de Santos protocolou, em maio, um pedido de anulação da denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). O pedido ainda aguarda decisão judicial. Ele responde pelos crimes de sequestro, feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual, cujas penas somadas podem ultrapassar 45 anos.O desaparecimento de Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, em Cajamar, Grande São Paulo, sensibilizou a comunidade. Vitória sumiu em 26 de fevereiro de 2025, após deixar o trabalho em um shopping e pegar o ônibus para casa. Ela comunicou a uma amiga que sentia medo de ser observada por dois homens. Relatos de testemunhas indicaram a presença de um carro com quatro indivíduos acompanhando a jovem após sua descida do ônibus. Uma semana posterior, em 5 de março, o corpo de Vitória foi encontrado sem vida em uma área de mata em Cajamar.A investigação policial identificou Maicol Antão Sales do Santos como o principal e, inicialmente, único suspeito preso no caso. A polícia o indiciou por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. A perícia técnica apontou que a causa da morte foi hemorragia traumática, resultado de golpes de faca. Foram encontrados três ferimentos por faca e material genético da vítima no carro de Maicol.Ministério Público denuncia Maicol por homicídio feminino.A polícia classificou Maicol como obcecado por Vitória, após encontrar fotos dela e de outras jovens com características parecidas em seu aparelho celular. Inicialmente, a polícia afirmou que Maicol agiu isoladamente, considerando a obsessão como fator motivador. Outros homens foram investigados, porém a polícia posteriormente desconsiderou a participação deles.Vários desdobramentos marcaram a investigação. O Ministério Público de São Paulo prorrogou a prisão temporária de Maicol e, em seguida, a Justiça vetou a obrigatoriedade de sua presença na reconstituição do crime. A reconstituição, solicitada pela defesa da família da vítima para esclarecer fatos e confrontar contradições na confissão de Maicol, foi agendada, adiada e concluída em 24 de abril, gerando críticas das defesas e enfrentando contratempos, como a bateria do carro de Maicol acabar durante o procedimento.O defensor de Maicol nega a existência de confissão formal, alegando coação, e apresentou contestação à acusação, solicitando a anulação do interrogatório, a rejeição da denúncia por inépcia e precocidade, a inadmissibilidade de provas baseadas na “confissão”, além de requerer diversas diligências.A família de Vitória pediu a transferência da investigação para o DHPP em razão de vazamentos de informações que, em sua visão, questionam a imparcialidade da apuração. O Ministério Público denunciou Maicol por feminicídio e outros crimes, o que a defesa alega contrariar o relatório final da Polícia Civil e configurar uma manobra para elevar a pena.

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Fonte por: CNN Brasil

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.