Encontro entre Lula e Trump pode reaquecer relações comerciais

Em entrevista ao CNN Prime Time, Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM, destacou que o encontro entre Lula e Donald Trump na Malásia pode representar um marco na recuperação das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, em um caminho considerado sensato para ambos os países.

A pressão para a realização da reunião veio de diversos setores econômicos dos EUA, incluindo a associação de bares e restaurantes, que reúne mais de três milhões de empresários. Trevisan explicou que o grupo expressou preocupação específica com os preços do café, um produto que impulsiona o consumo em seus estabelecimentos. Além disso, cerca de 6 mil indústrias americanas mantêm cadeias de produção interligadas com o Brasil.

Papel da diplomacia brasileira

A diplomacia brasileira teve um papel crucial ao deixar clara a posição do país. Segundo Trevisan, durante o encontro com o secretário de Estado Marco Rubio, o chanceler Mauro Vieira reafirmou que o Brasil se alinha com o eixo geopolítico do Ocidente, mesmo mantendo relações comerciais com a China.

Trevisan afirmou que “a diplomacia brasileira sabe perfeitamente como ficar equidistante entre dois gigantes, como os EUA e a China, pensando em nossos interesses”. No contexto das tensões entre Estados Unidos e Venezuela, o professor ressaltou a relevância do Brasil, dada sua importância na América Latina.

Busca por soluções diplomáticas

Ele considerou que a posição brasileira é fundamental para evitar uma possível intervenção militar na região, que poderia romper mais de 50 anos de estabilidade no continente. Para Trevisan, há uma tendência, mesmo na Secretaria de Estado, de buscar uma solução diplomática para a questão venezuelana.

Leia também:

Trump sinaliza possível intervenção militar na Venezuela e suas graves implicações

Venezuela reprova bloqueio de Donald Trump e classifica ação como “ameaça grotesca”

A Nova Doutrina Americana: Implicações Globais e o Foco no Hemisfério Ocidental

Essa abordagem sugere um caminho mais prudente nas relações internacionais na América Latina, evitando o rompimento de limites diplomáticos importantes na região.