Galípolo observa o interesse dos Poderes em conduzir uma agenda fiscal considerada “estruturante”

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avaliou no Fórum Esfera 2025, neste sábado (9), que existe hoje disposição entre os Poderes Executivo e Legislativo para avançar com uma agenda fiscal “estruturante”, com o objetivo de equilibrar as contas públicas no longo prazo.

É positivo que tenhamos o apoio do Legislativo e do Executivo, juntamente com o setor privado, para avançar com uma agenda estrutural que possa indicar a sustentabilidade da dívida e das contas públicas, declarou Galípolo.

Para a autoridade monetária, essa é uma “ótima notícia”. Segundo Galípolo, a sinalização de que o Brasil pode estabilizar sua dívida o diferenciaria de outros países e seria decisivo para atrair investimentos.

O presidente do BC afirmou compreender que existe uma inclinação para se sentar à mesa e reconhecer que isso terá impacto em todos. Precisamos aproveitar que há consenso para produzir as reformas que são necessárias.

O Galpão se refere, em particular, à iniciativa da equipe econômica e de parlamentares do Congresso Nacional de incorporar medidas estruturais em um pacote alternativo ao aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A reunião para discutir o tema está agendada para o domingo (8).

O chefe do Banco Central ressaltou que haverá “trade-offs” nas decisões relativas a essas medidas e solicitou “coragem” para que a agenda se desenvolva. Bancários participantes do painel também enfatizaram a importância de um ajuste fiscal.

Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú, afirmou que a trajetória da dúvida é uma preocupação contínua. “É preciso ter coragem para enfrentar esse ajuste. É preciso retirar o engessamento do orçamento e precisamos debater medidas estruturais”, declarou.

Para o presidente do BTG Pactual, André Esteves, os gastos públicos atuais estão acima do adequado e a preocupação com a dívida é generalizada. “O problema fiscal, estrutural, está todo mundo angustiado com isso. A sociedade está ganhando consciência de que não temos muito tempo, que não temos espaço para expandir o gasto como antes”, declarou.

O evento ocorreu em Guarujá, na região litorânea de São Paulo, reunindo representantes dos Três Poderes e empresários. A discussão em torno do painel “Alicerces da Nova Economia” abordou o panorama da macroeconomia brasileira, potenciais medidas de crescimento para o país e os obstáculos para as políticas fiscais e monetárias.

O programa contou também com a presença de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, e Luiz Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte por: CNN Brasil