Forças francesas deixam o Senegal e finalizam a retirada da África Ocidental e Central

A retirada, que marca o fim de 65 anos de atuação militar da França no país, acontece após ações similares em todo o continente, onde as antigas colônia…

17/07/2025 10:07

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(Imagem de reprodução da internet).

A França transferiu seu aeródromo e suas últimas bases para autoridades senegalesas nesta quinta-feira (17), concluindo sua presença militar permanente na África Ocidental e Central. A retirada, que finaliza 65 anos de atuação do Exército francês no Senegal, se dá após ações semelhantes em todo o continente, onde antigas colônias se afastaram de Paris. Cerca de 350 soldados franceses, responsáveis principalmente por operações conjuntas com o Exército senegalês, deixaram a África Ocidental após um processo de retirada iniciado em março. A cerimônia de entrega iniciou pela manhã em Dakar, capital do Senegal. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Senegal, general Mbaye Cissé, e o general Pascal Ianni, chefe do Comando do Exército da França na África, realizaram uma entrega simbólica das chaves do “Camp Geille”, a maior instalação militar francesa no Senegal.

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As juntas militares adversas.

Após sua independência em 1960, o Senegal tornou-se um dos aliados africanos mais leais da França, recebendo tropas francesas ao longo de sua história. Contudo, com a ascensão de Bassirou Diomaye Faye à presidência em 2024, ele exigiu a retirada das tropas francesas até 2025 e, durante sua campanha eleitoral, assegurou que trataria a França como um aliado. O líder africano reiterou que seu país continuaria cooperando com Paris, buscando-se diferenciar de outras ex-colônias, como Burkina Faso, Mali e Nigéria, que são governadas por juntas militares e interromperam essa colaboração.

Faye também solicitou que Paris se retratasse pelas atrocidades coloniais, incluindo o massacre de tropas africanas em 1º de dezembro de 1944, durante sua luta pela França na Segunda Guerra Mundial. Em face das críticas crescentes à sua presença militar por governos africanos, Paris fechou ou diminuiu suas bases no continente. Em fevereiro, devolveu a base de Kossei, no Chade, seu último posto militar na região do Sahel, em conflito.

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O surgimento de golpes de Estado em Burkina Faso, Níger e Mali, entre 2020 e 2023, resultou na ascensão de militares ao poder. Todos romperam relações com a França e buscaram o apoio da Rússia para combater a insurgência jihadista que assola o Sahel há uma década. A República Centro-Africana, outrora colônia francesa para a qual o Kremlin enviou mercenários, também exigiu a retirada de Paris. Apenas Chifre da África, uma pequena nação, abrigará uma base militar francesa permanente com aproximadamente 1.500 militares, que a França pretende utilizar como quartel-general militar para a África.

Com informações da AFP

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Fonte por: Jovem Pan

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.