O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou, no sábado (31), a nomeação do bilionário do setor de tecnologia Jared Isaacman para chefiar a Nasa, a agência espacial norte-americana.

A decisão de remover a nomeação se seguiu a uma “revisão completa” do “histórico” de Isaacman, que possui vínculos próximos com o diretor da SpaceX, Elon Musk.

Musk, que coordenou o Departamento de Eficiência Governamental de Trump, saiu do governo nesta semana, afirmando que permanecerá como amigo e conselheiro do presidente.

Elon Musk anunciou que voltará a se concentrar na SpaceX e na Starship, um sistema de foguetes que visa transportar passageiros para Marte. Os protótipos da Starship, em fase inicial de desenvolvimento, sofreram perda de controle e explosões em três testes de voo, incluindo um na terça-feira (27).

Trump declarou em publicação nas redes sociais no sábado que um novo nome seria “alinhado à missão” e “colocaria os Estados Unidos em primeiro lugar na exploração espacial”.

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A alteração se verifica em poucos dias antecedendo a votação do Senado sobre a nomeação de Isaacman, que realizou viagens espaciais em missões privadas.

É essencial que o próximo líder da NASA esteja em completo alinhamento com a agenda “America First” (América Primeiro, em tradução para o português) do presidente Trump e um substituto será anunciado diretamente pelo presidente Trump em breve, disse a secretária-assistente de Imprensa da Casa Branca, Liz Huston.

De acordo com dados da OpenSecrets, uma organização não partidária que acompanha o financiamento político, Isaacman contribuiu para os democratas na eleição de 2024, ainda que tenha feito doações para os republicanos em períodos anteriores. Contudo, ele permaneceu reservado ao comentar sobre temas políticos controversos nas redes sociais.

Em audiência perante o Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado, em abril, Isaacman afirmou que “tem sido relativamente apolítico”.

A atitude de Isaacman condizia com a maneira como os líderes anteriores da Nasa se posicionaram. Apesar do cargo ter sido ocupado por servidores públicos, engenheiros, cientistas e, mais recentemente, políticos, cada um ressaltou a necessidade de colaborar com ambos os lados do bipartidarismo americano.

Isto porque os objetivos da Nasa frequentemente incluem projetos que custam bilhões de dólares e demandam anos de pesquisa e desenvolvimento para serem realizados – muitas vezes, envolvendo diversas administrações presidenciais.

A designação de Isaacman contava com forte adesão na comunidade espacial, que o considerava um líder dedicado e sua experiência em voos espaciais foi vista como um diferencial.

Contudo, como diretor executivo da plataforma de pagamentos Shift4, Isaacman era visto com ceticismo por legisladores democratas, que temiam ele utilizasse sua posição na Nasa para promover os interesses particulares de Musk.

O bilionário declarou que daria prioridade ao envio de astronautas americanos a Marte.

Desde o início do governo Trump, a NASA tem se dedicado ao programa Artemis, que busca retornar astronautas à Lua. Apenas a partir de 2024, com o apoio próximo de Musk, o presidente manifestou interesse na exploração humana de Marte.

“Ao longo da jornada rumo a Marte, certamente desenvolveremos a capacidade de retornar à Lua e avaliar os benefícios científicos, econômicos e de segurança nacional de manter uma presença na superfície lunar”, declarou Isaacman.

Fonte por: CNN Brasil