Defesa apresenta recurso buscando anulação da sentença que fixou pena de 98 anos

O recurso de Paulo Cupertino foi apresentado em oposição à sentença de 1ª instância que o condenou a 98 anos de prisão, em 30 de maio. Cupertino foi considerado culpado pelo Tribunal do Júri do triplo homicídio qualificado de Rafael Miguel, ex-ator de Chiquititas, e seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma da Silva.

O juiz Antonio Carlos Pontes de Souza recebeu o documento, que resultou na sentença condenatória, em sessão desta quinta-feira (5). O magistrado seguirá encaminhando o recurso interposto ao Tribunal de Justiça.

O desembargador do tribunal superior examinará o recurso interposto e solicitará as razões da defesa.

Durante o julgamento, as advogadas de Cupertino já haviam anunciado que entrariam com o recurso. Na sustentação, a advogada Mirian Souza apresentou as razões de “cerceamento de defesa” e “quebra de cadeia de custódia” das evidências para a nulidade do processo. O pedido não foi aceito pelo juiz, que condenou o réu.

A defesa do condenado, durante o debate, sustentou que a acusação do Ministério Público se baseava unicamente na índole de Cupertino, que foi caracterizado como um “homem violento”. As advogadas acrescentaram que “motivo não é prova”.

O Tribunal do Júri de Paulo Cupertino teve duração de dois dias no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, sendo concluído no último dia 30 de maio.

Após seis anos, o réu permaneceu por mais de duas horas em seu interrogatório, realizado unicamente pela defesa. A parte informou ao Tribunal que Cupertino não responderia a questionamentos dos promotores do Ministério Público.

O réu, em tom de desabafo, justificou que era inviável ter cometido o crime. Estava posicionado em frente ao juiz Antonio Carlos Pontes de Souza, acompanhado por dois policiais militares.

Na primeira sessão do julgamento, compareceram sete testemunhas. Estavam previstos nove depoimentos, contudo, Guiomar Cupertino, irmã de Cupertino, e Wagner Furtado, testemunha de defesa de Wanderley Ribeiro, não compareceram. Após 11 horas, a audiência foi concluída após os depoimentos de Eduardo José Machado e Wanderley, réus por favorecimento pessoal a Cupertino, mas que foram absolvidos pelo Júri.

Na segunda-feira prosseguiu a fase de debates, na qual a defesa e a acusação dispuseram de 2 horas e 30 minutos para apresentar argumentos, juntamente com a oportunidade de réplica e de duas horas de réplica para cada uma.

O delito ocorreu em 9 de junho de 2019 e causou comoção nacional. Cupertino mantinha contato de guarda com sua filha, Isabela Tibecherani Matias, e não permitia que ela se relacionasse com o ex-ator da novela infantil.

Fonte por: CNN Brasil