O Conselho Deliberativo afastou o presidente do Corinthians, Augusto Melo, em 28 de maio. A votação que resultou no afastamento provisório contabilizou 176 votos a favor e 57 votos contra.

Em 22 de maio, Augusto Melo foi indiciado pela Polícia Civil no inquérito sobre o caso VaideBet, antiga patrocinadora do clube.

A CECD (Comissão de Ética do Corinthians) determinara o afastamento de Romeu Tuma Jr. em abril, porém a decisão somente foi oficialmente registrada na secretaria do Conselho em 30 de maio – 51 dias após. Nesse período, Tuma continuou atuando normalmente em suas funções, sem questionamentos públicos.

Após a formalização do afastamento, a conselheira Maria Angela de Souza Ocampos assumiu a presidência do Conselho Deliberativo e invalidou todos os atos assinados por Tuma desde 9 de abril, incluindo o afastamento de Augusto Melo. Osmar Stabile, por sua vez, não reconhece a suspensão de Tuma, a posse de Maria Angela nem a anulação da decisão contra Melo.

Cinco dias depois, Melo afirmou manter-se no cargo, fundamentando-se na suposta destituição de Romeu Tuma Júnior da presidência do CD.

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Stabile argumenta que a Comissão de Ética, composta por cinco membros, não possui a prerrogativa de destituir o presidente do Conselho Deliberativo sem a aprovação do plenário, que reúne aproximadamente 300 conselheiros. Essa é também a opinião de Tuma e do vice-presidente Armando Mendonça.

A decisão da Comissão foi de 3 votos contra 1. O presidente da comissão, Roberson de Medeiros, se absteve. Votaram a favor o relator Mário Mello Júnior e os membros Ronaldo Fernandez Tomé e Paulo Juricic – todos ligados a chapas que apoiaram Melo na eleição de 2023.

A carta estatutária do clube – entendida como sua constituição – define no artigo 89 que a Comissão de Ética pode “conhecer, instruir e relatar” processos disciplinares envolvendo membros do Conselho, da diretoria e de outros órgãos. O parágrafo do artigo estabelece que “o parecer final da Comissão Disciplinar será submetido à deliberação do Conselho Deliberativo”.

Já o artigo 30, referente às penalidades aos sócios, estima que “as penalidades serão aplicadas por deliberação da CED” e permite suspensão liminar em casos passíveis de desligamento até a conclusão do processo.

O enfrentamento institucional, exacerbado no sábado (31.mai.2025), gerou confusão na sede do Parque São Jorge, exigindo atuação policial.

A tensão cresceu no sábado, quando Melo compareceu a um evento no setor de bocha e, em seguida, buscou retomar a presidência no quinto andar da sede. A sala presidencial recebeu aproximadamente 50 indivíduos, e as autoridades foram acionadas.

Após o ocorrido no clube, Augusto reiterou seu cargo de presidente, porém decidiu não comparecer à Neo Química Arena para o jogo contra o Vitória, válido pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O diretor, apoiado pelo Conselho, compareceu ao estádio e teve acesso livre. Anteriormente à partida, encontrou-se com o técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, e lhe entregou uma camisa do Corinthians.

Na Arena Neo Química, antes do jogo contra o Vitória, os torcedores exibiram a frase “ganhar ou perder, mas sempre com democracia”, em referência à Democracia Corinthiana. Sem apoio do CD para retomar o cargo, a tendência é que Augusto Melo recorra à Justiça comum.

A reunião geral dos acionistas que decidirá sobre sua destituição será realizada em 9 de agosto, no Parque São Jorge.

Augusto Melo, que foi eleito presidente do Corinthians no final de 2023, e Osmar Stabile, vice-presidente empossado como presidente interino, competem ao mesmo tempo pelo controle do clube.

Fonte por: Poder 360