Bolsonaro informou à Polícia Federal que não teve contato com autoridades americanas em relação às sanções
Antigo chefe do executivo assegura ter apoio financeiro a Eduardo, porém o herdeiro não o comunica sobre seus contatos.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou à Polícia Federal, em depoimento na quinta-feira (5.jun.2025), que não teve contato com autoridades norte-americanas para discutir possíveis sanções contra membros do governo brasileiro. Ele foi ouvido no inquérito que investiga as ações do seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Bolsonaro negou qualquer participação ou articulação relacionada ao tema. “Indagado sobre contatos com parlamentares e/ou membros do governo norte-americano para tratar de assuntos referentes ao STF e às eleições de 2022, respondeu que não realizou nenhum contato com autoridades americanas sobre sanções a autoridades brasileiras, como ministros do Supremo Tribunal Federal, membros da Procuradoria-Geral da República ou da Polícia Federal”, afirma o documento.
O ex-presidente também declarou que não discutiu o assunto com o deputado nem com terceiros. “Indagado de que forma auxiliou Eduardo Bolsonaro, direta ou indiretamente, a buscar nos Estados Unidos sanções internacionais contra ministros do STF [Supremo Tribunal Federal], membros da PGR [Procuradoria Geral da República] e da Polícia Federal, respondeu que não tratou com Eduardo Bolsonaro nem com ninguém sobre sanções a autoridades brasileiras”, afirma o relatório da PF.
Bolsonaro assegurou que está financiando as despesas de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Ele afirmou que o deputado não recebe salário e atua no exterior como mediador com autoridades internacionais. O ex-presidente declarou que oferece ajuda financeira para que ele não enfrente “dificuldades” no país.
Em 13 de maio de 2025, Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões para a conta bancária de Eduardo via Pix. Ele afirmou não saber se outras pessoas também repassaram valores ao filho. Declarou ainda desconhecer eventuais apoios no Brasil ou no exterior e as ações de Eduardo nos Estados Unidos, afirmando que o deputado licenciado não informa com quem se encontra no país.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Indagado quem são as outras pessoas que participam, apoiam ou de qualquer forma colaboram com as ações desenvolvidas por EDUARDO BOLSONARO no exterior, respondeu QUE desconhece o apoio de outras pessoas no Brasil e no Exterior à ações de EDUARDO BOLSONARO; Indagado sobre quais pessoas EDUARDO BOLSONARO mantém contato nos Estados Unidos para viabilizar sanções do governo estadunidense contra autoridades brasileiras, respondeu QUE EDUARDO BOLSONARO não reporta ao declarante as pessoas com quem se encontra nos Estados Unidos”, diz o documento.
A licença pedida por Eduardo tem duração de 120 dias. Após esse período, ele deverá retornar ao Brasil ou incorrer na perda do mandato. Questionado, Bolsonaro afirmou que não há previsão de que o congressista retorne ao país.
Eduardo declarou que somente retornará ao Brasil se o ministro do STF Alexandre de Moraes for sancionado pelos Estados Unidos.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.