Bolsonaro e ex-ministros: acompanhe os ministrados ao STF a partir de segunda-feira
O STF começa na segunda-feira a condução de questionamentos referentes ao denominado “núcleo 1”, grupo considerado fundamental para o desenvolvimento da trama golpista.

O Supremo Tribunal Federal (STF) dará início na próxima segunda-feira (9) ao depoimento de Jair Bolsonaro e outros sete réus no processo que investiga um suposto plano de golpe de Estado após as eleições de 2022.
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Serão interrogados os acusados do denominado “núcleo 1”, grupo considerado fundamental para o desenvolvimento da suposta trama golpista.
Além do ex-presidente, incluem-se neste grupo ex-ministros e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que colaborou como delator no processo.
Consulte todos os interrogados:
Jair Bolsonaro
Ex-presidente da República é acusado de liderar suposto esquema para frustrar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. Segundo a PGR, ele elaborou e redigiu minuta que previa estado de exceção no país, além de ter conhecimento do plano “Punhal Verde Amarelo”, que visava o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
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Mauro Cid
O tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Cid, formalizou o acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em 2023 e forneceu extensos depoimentos sobre o plano de golpe, a venda de joias sauditas, a fraude em cartões de vacinação e o gabinete do ódio. Sua delação é fundamental na denúncia da PGR. Ele será o primeiro a depor.
Alexandre Ramagem
O deputado federal e antigo diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) trocava mensagens, e-mails e documentos com Bolsonaro, oferecendo orientações sobre como questionar as urnas eletrônicas após a derrota do ex-presidente nas eleições.
Almir Garnier
Ex-comandante da Marinha durante o governo Bolsonaro. A acusação afirma que foi o único membro das Forças Armadas a participar do plano de golpe. Garnier teria disponibilizado as tropas da Marinha para Bolsonaro.
Anderson Torres
Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Torres exercia a função de Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no dia dos ataques de 8 de janeiro. Ele é acusado de omissão em relação aos atos. Em operação da PF, foi encontrada em sua residência uma minuta que previa a instauração de estado de exceção com o objetivo de revertir o resultado das eleições.
Augusto Heleno
Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional durante o governo Bolsonaro. A denúncia aponta que ele participou ativamente das discussões golpistas. Heleno seria o indicado para liderar um “gabinete de crise” após a consumação do golpe.
Paulo Sérgio Nogueira
O ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, Nogueira, teria auxiliado o ex-presidente na elaboração da versão preliminar do golpe e entregado o documento aos chefes das Forças Armadas, buscando respaldo. Ele também estaria em busca de maneiras de disseminar críticas às urnas eletrônicas, com o objetivo de aumentar a desconfiança pública no sistema eleitoral.
Walter Braga Netto
Ex-ministro da Defesa, que concorre à vice-presidência na chapa de Bolsonaro, está preso preventivamente desde dezembro por tentar obstruir investigações policiais. Ele comandaria o gabinete de crise após o golpe em conjunto com Heleno e é acusado de participar da elaboração da minuta golpista.
Interrogatórios
Os depoimentos começarão a partir das 14h com Cid, que é delator. Em seguida, os réus serão ouvidos em ordem alfabética.
Eles podem permanecer em silêncio se a resposta a alguma pergunta puder levá-los a se incriminar. O direito ao silêncio é assegurado pela Constituição.
Os réus respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.