A Fundação Humanitária de Gaza (GHF) informou, no sábado (5), que dois trabalhadores humanitários americanos ficaram feridos em um ataque com granada em uma área de distribuição de alimentos no enclave.

O grupo, com o apoio dos Estados Unidos e de Israel, declarou em um comunicado que os militares americanos feridos estavam recebendo assistência médica e apresentavam condições estáveis.

O ataque – que as informações preliminares indicam ter sido realizado por dois agressores que atiraram duas granadas nos americanos – ocorreu na conclusão de uma distribuição bem-sucedida, na qual milhares de moradores de Gaza receberam alimentos em segurança, disse a fundação.

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A GHF, que iniciou a distribuição de assistência em Gaza em maio, utiliza contratados militares privados americanos responsáveis por garantir a segurança em suas instalações.

Não ficou imediatamente claro quem estava por trás do ataque. O exército israelense, em uma declaração posterior, acusou o que chamou de “organizações terroristas” de sabotar a distribuição de ajuda em Gaza.

A Faixa de Gaza tem vivenciado um aumento da violência enquanto os esforços para alcançar um acordo de cessar-fogo prosseguem. O Hamas comunicou na sexta-feira (4) que respondia de forma positiva ao acordo mediado pelos Estados Unidos e estava pronto para iniciar as negociações. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizará uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na segunda-feira (7).

Óbitos em áreas de distribuição de assistência

As autoridades de Gaza informaram que, no último dia, pelo menos 70 pessoas faleceram no território, vítimas das forças armadas israelenses, incluindo 23 pessoas próximas a pontos de distribuição de assistência humanitária. O ministério não detalhou os locais ou métodos das mortes.

As forças militares israelenses não emitiram declarações sobre os relatos.

Na semana passada, forças armadas relataram ter eliminado 100 militantes em Gaza e afirmaram possuir “controle operacional” sobre 65% da Faixa de Gaza após uma operação contra combatentes do Hamas no norte.

O Ministério do Interior de Gaza, sob administração do Hamas, avisou na quinta-feira (3) os residentes do território para não colaborarem com a GHF, alegando que ocorrências letais próximas aos locais de distribuição de alimentos ameaçavam os necessitados de Gaza.

A GHF declarou ter fornecido mais de 52 milhões de refeições aos palestinos em cinco semanas. A GHF negligencia os canais tradicionais de ajuda humanitária, incluindo as Nações Unidas, que afirmam que a organização sediada nos EUA não é imparcial nem neutra.

Após a suspensão do bloqueio de 11 semanas da ajuda humanitária a Gaza, em 19 de maio, a ONU relata que centenas de palestinos morreram ao procurar assistência humanitária. Um representante da ONU declarou na semana passada que a maioria das vítimas tentava alcançar os pontos de distribuição de ajuda do GHF.

Em outubro de 2023, o mais recente episódio de violência no conflito israelense-palestino ocorreu com o ataque do Hamas ao sul de Israel, resultando na morte de aproximadamente 1.200 indivíduos e o sequestro de 251 reféns, conforme dados israelenses.

O Ministério da Saúde de Gaza relata que o ataque militar israelense ao enclave resultou na morte de mais de 57 mil palestinos. A ação também gerou uma crise de fome, deslocou a população inteira de Gaza e desencadeou alegações de genocídio e crimes de guerra. Israel rejeita essas acusações.

Fonte por: CNN Brasil