A atitude do Senado em relação a Marina Silva foi “inaceitável”, afirmou ex-ministra

A ex-ministra do Meio Ambiente entre 2010 e 2016, Izabella Teixeira, declarou que o ocorrido envolvendo a ministra Marina Silva no Senado Federal foi “inaceitável”. Ela ressaltou que o comportamento desrespeitoso dos senadores foi com todas as mulheres na política.

Devemos respeitá-la [Marina Silva]. Todos os brasileiros devem respeitar. (Você pode concordar ou discordar, não é isso? Mas o que eu vi no Congresso, o que foi mostrado, foi uma atitude desrespeitosa, inaceitável. E não só ela, as mulheres na política).

Teixeira esteve em Bonito, no Mato Grosso do Sul, participando do Fórum Lide COP30 e dialogou com a imprensa. De acordo com ela, as mulheres na política são submetidas a situações desrespeitosas por parte de alguns.

A reunião da Comissão de Infraestrutura do Senado, realizada na terça-feira (27.mai), com a presença de Marina, foi interrompida após uma discussão entre a ministra e o presidente da comissão, Marcos Rogério (PL-RO). Ela solicitava mais tempo para responder, mas ele permitiu a fala a outro senador.

“Você gostaria que eu fosse uma mulher submissa, mas eu não sou”, disse Marina. Em seguida, Marcos Rogério, irritado, afirmou “agora é sexismo, ministra? Me respeite, ministra. Coloque-se no seu lugar”.

O senador Plínio Valério—que já declarou que “deveria ser enforcada” Marina Silva em um evento com empresários—afirmou que “ela merece respeito, a ministra”.

Senadores manifestaram sua repulsa às declarações, abrangendo a base legislativa feminina.

A ex-ministra complementou que a política não deve prevalecer sobre discussões que ainda não possuem pareceres técnicos.

Ela mencionou o caso da Margem Equatorial, onde políticos manifestaram suas opiniões de valor sobre o assunto antes mesmo do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) decidir se autorizava ou não a Petrobras a realizar a pesquisa exploratória da área.

Izabella Teixeira declarou que se observa uma “tensão entre ministros” e um “desentendimento pela imprensa”.

Fonte por: Poder 360