Zambelli afirma ter reunido R$ 285 mil em arrecadação coletiva antes de deixar o país

Antes de deixar o Brasil, a deputada federal Carla Zambelli (PL) afirmou ter reunido pelo menos R$ 285 mil em doações por meio de Pix, provenientes de apoiadores e seguidores nas redes sociais. A parlamentar divulgou a campanha para levantar recursos para quitar multas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a condenação referente à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023.

Na manhã do dia 19 de maio, Zambelli lançou a “campanha Pix” em suas redes sociais. Ao final do dia, a deputada publicou uma foto de sua conta bancária, demonstrando um saldo de R$ 166 mil, alegando ser proveniente das doações dos seguidores. Zambelli declarou, contudo, que o valor ainda não seria suficiente para quitar a dívida.

Na data de 21 de maio, a deputada divulgou outra imagem do seu levantamento financeiro, evidenciando o montante, conforme declarou, obtido pela “vaquinha”.

Zambelli declarou na publicação que foi possível arrecadar R$ 285 mil reais nesta campanha tão necessária para o pagamento de multas injustas e desproporcionais, impostas por uma perseguição implacável.

Zambelli declarou, na terça-feira, 3, que saiu do País. A parlamentar viajou ao exterior para procurar tratamento médico e informou que solicitará licença não remunerada de seu mandato na Câmara dos Deputados.

Em 15 de maio, a deputada foi condenada a pagar, juntamente com o hacker Walter Delgatti, R$ 2 milhões por danos materiais e morais coletivos pela invasão ao sistema do CNJ. A decisão também estabeleceu multas individuais de cerca de R$ 2,1 milhões para a deputada e de aproximadamente R$ 520 mil para o hacker. Os valores exatos ainda serão calculados no processo.

Ademais das multas, a deputada também foi sentenciada a dez anos de prisão e perda do cargo. Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli “comandou” e auxiliou no “planejamento” do ataque cibernético. O hacker admitiu os delitos.

Em outra instância judicial, o tribunal já possui a maioria necessária para julgar Zambelli por posse ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal mediante o emprego de arma de fogo. O processo foi suspenso em março, por determinação do ministro Kassio Nunes Marques.

Zambelli persiste em solicitar pagamentos via Pix, mesmo em outros países.

Apesar de estar fora do Brasil, a deputada do PL mantém o pedido de Pix nas redes sociais. Além disso, Zambelli divulgou seus dados bancários na descrição de seus perfis.

Antes de deixar o Brasil, Carla repassou a administração de suas redes sociais para sua mãe, Rita Zambelli. “Tomei a decisão de transferir oficialmente a titularidade das minhas redes sociais, como herança, para minha mãe, Rita Zambelli, uma mulher íntegra, de princípios sólidos, que carrega os mesmos valores que sempre defendi”, declarou a deputada.

Ela destacou a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, buscando influenciar o governo Trump a aplicar sanções a autoridades brasileiras, como modelo para suas ações na Europa.

(O trabalho de Eduardo) pode ser realizado na Europa também. A (primeira-ministra da Itália, Giorgia) Meloni precisa começar a entender o que está acontecendo. O que o (Emmanuel) Macron está fazendo com a França. O que o (Chega) precisa avançar em Portugal. O conservadorismo precisa avançar, e o globalismo, a esquerda precisa recuar.

Zambelli declarou que se encontra nos Estados Unidos para conduzir procedimentos médicos, porém retomará o caminho para a Europa ainda nesta semana. Ela pretende residir inicialmente em Roma e, posteriormente, em áreas rurais do país.

Eles tentarão me prender na Itália, mas eu não tenho medo, pois sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a justiça italiana me prenda, disse, entrevista à CNN Brasil.

Fonte por: Tribuna do Norte