Deputado se defende em processo que pode levar à perda do mandato.
A defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) declarou que ela só participará da arrecadação com o hacker Walter Delgatti Neto se a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados conceder autorização para a realização da audiência por videoconferência. A parlamentar enfrenta um processo que pode levar à perda de seu mandato. A informação foi divulgada pelo UOL e confirmada pelo Estadão.
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Ela não pode vir para o Brasil agora, está aguardando o processo na Itália. Ainda temos um recurso no STF, mas estamos dependendo dessa decisão da Câmara para verificar como vamos agir. Se isso não ocorrer, não há como ela vir. Se vier, será presa.
A defesa da deputada apresentou na quarta-feira, 2, a contestação no processo que tramita na CCJ. Os advogados negam que Zambelli tenha tido qualquer envolvimento com Delgatti, que teria auxiliado Zambelli a invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e sustentam a aceitação como meio necessário para “dirimir eventuais contradições e confrontar as versões apresentadas”.
Zambelli deixou o Brasil dias após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou sua prisão. A deputada foi para a Itália, onde possui cidadania, e teve prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes com base em risco de fuga. A ordem ainda não foi cumprida. Ela foi condenada pelo STF por envolvimento na invasão do sistema eletrônico do CNJ. A sentença fixou uma pena de dez anos de prisão.
Para Fábio Pagnozzi, a manifestação representaria uma forma para Zambelli, e outros deputados, interagirem. “Seria algo meio histórico para a Câmara, acho que daria uma boa mídia, uma boa visibilidade, mas eu não acho que seria decisivo para se ganhar ou perder alguma coisa lá”, ponderou.
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Na denúncia, a defesa alega que a deputada “padeceu com a ação penal, que, em sua ausência, se fundamentou unicamente no discurso de um delator cuja credibilidade é altamente questionável. Este indivíduo, que já foi qualificado como “mitomaníaco” e “mentiroso compulsivo” pela própria Polícia Federal, demonstrou incapacidade de manter uma narrativa coerente”.
Ademais, os advogados requisitaram a inclusão de outros indivíduos no processo, incluindo o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o assistente técnico da defesa, Michel Spiero, o delegado da Polícia Federal, Flávio Reis, e Felipe Monteiro, que fundamentou as acusações contra a parlamentar. O advogado Fábio Pagnozzi espera que esses depoimentos sejam realizados pessoalmente.
A lista pode ser atualizada a qualquer momento com mais nomes, ainda estamos avaliando quem seria interessante, completou.
A CCJ avalia o processo de cassação e emite parecer favorável ou desfavorável à perda do mandato. Caso o parecer seja positivo, o processo prossegue para votação no plenário da Câmara. Requerem-se os votos de 257 deputados para que a cassação seja efetivada.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.