Trump questiona possível uso de substâncias por Musk, segundo relato

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, questionou assessores e conselheiros se o comportamento de Elon Musk nas últimas 48 horas pode estar associado ao uso de substâncias ilícitas, segundo uma fonte da CNN.

Com as portas fechadas, o presidente tenta compreender as críticas do bilionário da tecnologia, ao mesmo tempo em que sinaliza publicamente que não se importa.

Trump afirmou que não está desperdiçando tempo com Musk, após ter recebido uma chave de ouro gigante diretamente do presidente no Salão Oval, há uma semana.

O presidente informou a Dana Bash, da CNN, em uma rápida ligação na manhã de sexta-feira que “não estava considerando Elon” e que não teria contato com Musk “por um período”.

Ainda assim, surgiram dúvidas acerca da ruptura pública.

Em entrevista a repórteres no Air Force One na noite de sexta-feira (6), Trump declarou que “consideraria” cancelar certos contratos governamentais com Musk e que o país estaria melhor sem eles. O presidente já havia mencionado essa possibilidade na rede social Truth Social, durante o confronto.

Ele afirmou que os Estados Unidos poderiam sobreviver sem praticamente ninguém, ressaltando que sua declaração sobre o último ponto era uma brincadeira.

A mídia informou que Trump indagou em particular sobre o presunto consumo de substâncias por Musk, mas o presidente se manteve reservado em relação ao tema em declarações públicas.

Ele declarou não querer comentar sobre o consumo de substâncias por ele. Afirmou desconhecer a situação específica.

A CNN contatou um representante de Musk.

Musk também se mostrou contrariado com a reportagem do New York Times sobre as alegações de uso de substâncias pelo empresário e, durante sua saída do Salão Oval, recusou-se a comentar sobre o assunto, atacando o jornal.

O Times informou que Musk estava “utilizando substâncias com uma frequência e intensidade muito maiores do que se tinha conhecimento”, à medida que ascendia no círculo íntimo de Trump em 2024, incluindo “o emprego regular de quetamina, em algumas ocasiões diárias, e a combinação com outras substâncias”, segundo indivíduos com conhecimento do caso.

Elon Musk admitiu, em entrevista de 2024 com Don Lemon, que utilizou “uma pequena quantidade” de quetamina para lidar com estados de humor negativos, sob orientação médica, porém uma alta carga de trabalho o impedia de consumi-la em maior extensão.

Musk e seu advogado não responderam à solicitação de comentário do Times acerca do consumo de substâncias ilícitas.

A CNN também entrou em contato com seu representante sobre as alegações na época.

Na semana passada, o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Stephen Miller, declarou à CNN que não tinha preocupações com a reportagem do New York Times.

Após a disputa nas redes sociais, assessores de Trump afirmaram que o presidente tem se dedicado a seguir em frente com o projeto de lei que originou o conflito. Ele também teria orientado sua equipe a fazer o mesmo.

Na manhã desta sexta-feira, Trump publicou mensagens sobre economia, sem mencionar o bilionário da tecnologia. Ele passou o dia ao telefone, não com Musk, mas com o novo presidente da Coreia do Sul, convidando-o para uma visita aos Estados Unidos. Ele também conversou com o presidente da Polônia sobre a próxima cúpula da OTAN. Antes de seguir para Bedminster, Nova Jersey, ele fez uma visita a um campo de golfe à noite.

Não ficou evidente qual será o impacto do rompimento da aliança Trump-Musk sobre o projeto de lei apoiado pelo presidente, em discussão no Congresso. Também não ficou claro sobre os negócios de Musk ou sobre a condução do Partido Republicano.

A crise que marcou o ponto de ruptura para Trump e seus assessores foi a associação do presidente com Jeffrey Epstein, condenado por pedofilia e acusado de tráfico sexual, feita por Musk. Sem evidências, o diretor-executivo da Tesla sugeriu que o governo não divulga os arquivos relacionados ao caso devido à presença do nome de Trump nos documentos.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, classificou suas alegações como um “episódio lamentável” em comunicado na quinta-feira (5).

A partir daí, qualquer possibilidade de reconciliação desmoronou.

Ainda assim, certos apoiadores de Trump e de Musk mantinham a expectativa de que a divergência não fosse definitiva e que os dois pudessem restabelecer o relacionamento.

“Não vou falar em nome de nenhum deles. Estive com o presidente na Sala Oval ontem à tarde enquanto isso ocorria. E posso apenas dizer que ele ficou desapontado. Ele mesmo disse isso. E eu também”, declarou o presidente da Câmara, Mike Johnson, nesta sexta-feira.

“Acredito na redenção”, continuou Johnson. “Espero que possamos resolver isso, reunir todos novamente. Isso é muito importante para nós.”

Fonte por: CNN Brasil