Decisão do STF sobre Jair Bolsonaro
O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta quarta-feira (22) o acórdão que condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão, juntamente com outros sete réus, por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Em entrevista, o professor de Direito Constitucional da UFF, Gustavo Sampaio, detalha os próximos passos.
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A partir de agora, as defesas serão notificadas por meio dos advogados, iniciando um prazo de cinco dias para a apresentação dos embargos de declaração, que é o primeiro recurso cabível neste caso.
Prazo para julgamento e limites de recursos
Os embargos de declaração visam esclarecer dúvidas, obscuridades ou contradições no texto do julgamento, sem modificar o conteúdo da decisão. Após a análise desses embargos, pode haver a apresentação dos embargos infringentes.
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Entretanto, a defesa enfrenta um desafio: o regimento interno do STF exige, para a competência do plenário, pelo menos quatro votos dissidentes para que os embargos infringentes sejam aceitos. No julgamento atual, houve apenas um voto divergente, do ministro Luís Fux.
Sobre o tempo para o julgamento, o professor Sampaio menciona que não há um prazo fixo, mas ressalta que o tribunal busca julgar rapidamente para evitar que uma ação penal tão significativa atrase, o que poderia ter repercussões políticas nas eleições de 2026.
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Cumprimento da pena
Gustavo Sampaio explica que as penas, por serem elevadas e variando de 16 a 27 anos de reclusão, devem ser cumpridas inicialmente em regime fechado. No entanto, devido ao estado de saúde do ex-presidente, é provável que o tribunal opte por iniciar o cumprimento da pena em regime domiciliar.
O STF deve agir com agilidade na análise dos recursos, buscando evitar que o processo se prolongue até 2026, ano das eleições gerais. A expectativa é que todas as etapas recursais sejam finalizadas ainda em 2025 ou, no máximo, no início de 2026.