A publicação espanhola ‘El País’ considerou a possibilidade de o ex-capitão solicitar asilo, em referência às ações de Donald Trump.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de determinar o uso de uma tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, gerou repercussão na mídia internacional. Diversos jornais estrangeiros trataram da medida, considerando-a uma afronta ao ex-presidente.
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O jornal francês Le Figaro apontou que a decisão do juiz Moraes constitui um avanço significativo no que pode ser um dos processos mais polêmicos da história recente do Brasil. “A imposição da tornozeleira foi vista por Bolsonaro como uma ‘suprema humilhação’”, destacou o diário.
A matéria do Figaro também mencionou que a medida surgiu em um contexto de crescente tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos, sobretudo após declarações do presidente norte-americano Donald Trump, que ameaçou aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Na França, o Le Monde destacou o aumento da pressão judicial sobre Bolsonaro. O jornal informou que “a decisão de colocar o ex-presidente sob monitoramento eletrônico é um reflexo da seriedade das acusações contra ele”. Além disso, o texto mencionou que Bolsonaro é acusado de incitar “atos hostis” contra o Brasil, junto com seu filho Eduardo, e que o ex-presidente considera todo o processo uma “perseguição política”.
O The Guardian britânico trouxe à tona as preocupações de que Bolsonaro poderia tentar fugir do país para evitar uma possível condenação, que pode resultar em mais de 40 anos de prisão. “Ele está proibido de se comunicar com diplomatas estrangeiros”, relatou o jornal. A publicação também mencionou que o ex-presidente passou duas noites na embaixada da Hungria em 2022, após ter o passaporte apreendido pela PF, o que alimenta temores sobre uma possível fuga.
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A publicação espanhola El País também considerou a possibilidade de Bolsonaro buscar asilo, relembrando as ações de Donald Trump em apoio ao ex-presidente brasileiro. O texto apontou que, além das restrições impostas, “Bolsonaro não poderá se comunicar com seu filho, Eduardo, que atualmente reside nos Estados Unidos e atua como um dos principais apoiadores de sua estratégia de pressão sobre as autoridades brasileiras”.
Bolsonaro respondeu aos comentários sobre uma possível fuga do País. “Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para uma embaixada”, disse o ex-presidente.
Após várias semanas de interrogatórios, a Procuradoria-Geral da República solicitou nesta semana a condenação de Bolsonaro por supostamente liderar uma conspiração fracassada para impedir a posse de Lula após perder as eleições de 2022. O ex-presidente já está inelegível até 2030 por propagar desinformação sobre as urnas eletrônicas. Contudo, segue se apresentando como o candidato da direita para as eleições de 2026.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.