Os contratos futuros de juros registraram queda na segunda-feira (9), durante a tarde, após o susto da manhã com a divulgação oficial da reunião entre o Executivo e o Legislativo sobre as medidas fiscais alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Com base nas críticas concretas às propostas apresentadas pelo governo, o mercado considera que aumentam as chances de avançar em medidas mais estruturais de redução de gastos, embora sem consenso.

A taxa do contrato do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 registrou 14,850%, após o ajuste de sexta-feira (6), e a do DI para janeiro de 2027 diminuiu de 14,32% para 14,18%. A do DI para janeiro de 2029 recuou de 13,73% para 13,63%.

O governo irá ajustar o decreto, com alterações no IOF, tendo como ponto principal a exclusão da alíquota fixa para risco elevado. As mudanças serão compensadas principalmente com maior arrecadação proveniente do sistema financeiro e das apostas online por meio de Medida Provisória. Além disso, foi acordada a redução de benefícios tributários em 10%, mas não houve informações sobre medidas de redução de despesas de natureza mais estrutural, que o mercado demanda.

O mercado se mostrou decepcionado. Não houve medidas estruturantes que pudessem aprimorar o desempenho das contas públicas, afirmou o estrategista-chefe da EPS Investimentos, Luciano Rostagno.

Leia também:

Leilão Judicial para Novo Operador dos Trens Urbanos do Rio de Janeiro Acontece em Janeiro de 2026

Ministério de Portos e Aeroportos atende TCU e avança com leilão do Tecon Santos 10 em 2026

Governo de São Paulo investe R$ 28,5 bilhões em ferrovias até 2025 e planeja novos leilões para 2026

Entretanto, conforme apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), os participantes da reunião debateram temas estruturais, mas não houve um acordo imediato que permitisse anunciar as medidas, que envolvem a redução dos gastos tributários e revisão de despesas, tendo sido apresentado aos parlamentares o quadro de despesas que pressionam o orçamento, como o Benefício de Prestações Continuadas (BPC), o Fundeb e os fundos de participação de Estados e municípios (FPE e FPM), além das próprias emendas parlamentares.

Na manhã seguinte, a notícia era preocupante, restava apenas a questão da arrecadação. Parece que também virá algo em relação às despesas, inclusive, devido à grande crítica existente. Declara o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi. Ele recorda que as alterações na proposta do IOF geraram repercussão fortemente negativa em entidades de classe, como Anbima e Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), entre outras.

A atenção se volta para como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuará, após retornar da França, considerando as propostas, em um cenário onde cortes mais significativos nos gastos podem enfrentar oposição devido à diminuição da aprovação do governo.

Com ênfase nas métricas, o externo e a pauta interna, na segunda-feira de calendário, perderam destaque. A pesquisa Focus apresentou queda nas médias do IPCA 12 meses à frente, de 4,81% para 4,77%, e também para 2025, de 5,46% para 5,44%. Ambos, contudo, permanecem muito acima da meta de inflação de 3%. As taxas dos títulos do Tesouro recuoaram, atentos às negociações entre Estados Unidos e China e antecipando o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de maio.

A previsão do mercado para a terça-feira, na abertura, incluirá o IPCA de maio, com uma mediana de 0,34%, em comparação com 0,43% em abril. A média dos núcleos também deve apresentar desaceleração significativa, de 0,51% para 0,37%, conforme apurado pelo Projeções Broadcast.

Fonte por: CNN Brasil