Restaurante no Alemão movimentou R$ 100 milhões com tráfico, apuração da polícia do RJ
Investigação da Polícia Civil aponta que negócio inicial de pequeno porte transformou-se em esquema de grande escala, financiado pelo traficante conhecido como “Professor”.

O que iniciou como um pequeno quiosque de lanches em frente ao Hospital Getúlio Vargas, na Zona Norte do Rio de Janeiro, evoluiu em menos de um ano para um restaurante com movimentação de aproximadamente R$ 100 milhões. A ascensão expressiva foi impulsionada pelo tráfico de drogas e pela estrutura financeira do Comando Vermelho. A informação foi divulgada nesta terça-feira (3), durante uma coletiva da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
As investigações indicam que o responsável pelo empreendimento de grande valor é o traficante Fhilip Gregorio da Silva, também conhecido como “Professor”, falecido no último domingo (1). Ele foi identificado como um financiador disfarçado.
Sob o disfarce de sócio-investidor, ele teria inserido recursos ilícitos, disfarçando sua participação no negócio.
Além do restaurante, o “Professor” utilizava eventos culturais – como o Baile da Escolinha, realizado na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão – como mecanismos para lavar dinheiro. Os bailes, com música funk, ostentação e exibição de armas, não apenas serviam como ponto de venda de drogas, mas também como vitrine para a lavagem de dinheiro em larga escala, conforme revelou a apuração.
Ele utilizava a prática de bailes funk para auxiliar na lavagem de dinheiro e na aquisição de valores, já limpos, para compra de bens, armas, drogas e a promoção da venda de drogas e ostentação de armas no interior da comunidade, detalhou o titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), delegado Jefferson Ferreira. Esse restaurante, inclusive, sócio relatou em redes sociais que conseguiu um sócio investidor, porque já estava quebrando.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Conforme a cúpula da Polícia Civil, a operação realizada hoje envolveu um montante de R$ 250 milhões. O secretário de Estado da corporação, delegado Felipe Curi, ressaltou que as operações são periódicas e visam desmantelar o esquema financeiro das organizações criminosas.
“O dinheiro é o que impulsiona o criminoso a manter essa série de atos que afligem e geram desperdício na sociedade do Rio de Janeiro”, declarou Curi.
Nessa fase da operação, foram executados 35 mandados de busca e apreensão, e 38 contas bancárias foram bloqueadas, entre elas as da esposa do MC Poze do Rodo, a influenciadora Viviane Noronha.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.