O presidente da Rússia avisou aos países europeus que uma mobilização dessa natureza não contribui para a paz a longo prazo na região.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, alertou nesta sexta-feira 5 que qualquer força ocidental mobilizada na Ucrânia será considerada um “alvo legítimo” pelo Exército russo, um dia após a promessa dos aliados de Kiev de enviar tropas como garantia em caso de um acordo de paz.
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Vinte e seis países, com a França e o Reino Unido à frente, anunciaram o compromisso de participar de uma força de segurança terrestre, marítima e aérea para supervisionar o cumprimento de acordos que porem fim ao conflito, iniciado com a ofensiva russa em fevereiro de 2022.
Em particular, durante os combates, consideramos tropas como alvos legítimos,” afirmou Putin em um fórum econômico em Vladivostok, no leste da Rússia.
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O presidente russo afirmou que uma mobilização desse tipo não favorece a paz a longo prazo e reiterou que a intensificação dos laços militares entre a Ucrânia e os países ocidentais é uma das “causas fundamentais” do conflito.
O conflito armado, o mais intenso na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, causou dezenas de milhares de mortes e forçou milhões de indivíduos a abandonar seus lares destruídos no sul e leste da Ucrânia.
Os parceiros da Ucrânia não divulgaram informações sobre o plano, incluindo o volume de tropas a serem mobilizadas e a participação dos diversos países apoiadores.
O presidente francês Emmanuel Macron afirmou, na quinta-feira, em uma coletiva de imprensa ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que vinte e seis países se comprometeram a enviar forças para a Ucrânia, seja por terra, mar ou ar.
Macron declarou que não se trata de “enfrentar a Rússia”, mas sim de dissuadi-la de que ela volte a atacar a Ucrânia no futuro.
Zelensky, por sua vez, elogiou o apoio dos aliados europeus e a criação de uma força de segurança. “Acredito que hoje, pela primeira vez em muito tempo, este é o primeiro passo sério e concreto do tipo,” disse.
id=”Rússia-avança”>Rússia avança
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, buscou que Rússia e Ucrânia resolvessem o conflito, porém obteve apenas trocas de prisioneiros entre os envolvidos.
Moscou continua inflexível: a Ucrânia deve entregar mais território e abandonar o apoio de seus aliados ocidentais. Kiev considera as exigências como “ultrapassados ultimatos”.
Putin defendeu que a presença de tropas ocidentais na Ucrânia seria inútil em um acordo de paz de longo prazo, considerando que a Rússia está cumprindo suas obrigações.
Se forem adotadas decisões que conduzam a uma paz duradoura, não percebo utilidade em sua permanência no território ucraniano, uma vez que, caso um acordo seja firmado, não há dúvidas de que a Rússia o cumprirá integralmente.
A Ucrânia e seus aliados ocidentais alegam que a Rússia possui um histórico extenso de descumprimento de acordos, a partir do Memorando de Budapeste de 1994, no qual Kiev cedeu armas nucleares soviéticas em seu território em troca do respeito à sua independência e integridade territorial por parte da Rússia e de outros signatários, como os Estados Unidos e o Reino Unido.
Também acusam Putin de discursar para ganhar tempo e permitir que suas tropas conquistem mais territórios.
O presidente Putin declarou nesta semana que as forças russas estão progredindo ao longo de toda a linha de frente no leste e sul da Ucrânia. Ele complementou que os militares prosseguirão combatendo se um acordo de paz não for concretizado.
A participação dos Estados Unidos em uma força de segurança na Ucrânia é incerta e alguns aliados europeus também expressam dúvidas.
O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, expressou cautela em relação ao envolvimento de seu país em uma força de segurança.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.