O Procurador-Geral da União, Jorge Messias, criticou nesta segunda-feira (7) a publicação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em uma rede social, o republicano declarou que Bolsonaro está sendo vítima de uma “caça às bruxas” e que o Brasil está fazendo algo “terrivel”.

O governo não aceita interferência, tampouco tolera pressões externas que busquem determinar o curso do país, muito menos tolerará pressões inadequadas contra nossas instituições democráticas, escreveu Jorge Messias em resposta.

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O ministro afirmou ainda que a soberania não é algo negociável e que o compromisso do Brasil é com os interesses do povo, e não das lideranças estrangeiras.

Qualquer tentativa de interferência em nossos assuntos internos, venha de onde vier, será firmemente rejeitada. Essa diretriz é ainda mais relevante quando se trata de preservar a independência do Poder Judiciário contra qualquer forma de pressão externa voltada a interferir em suas decisões, completou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também respondeu à declaração de Trump em uma publicação nas redes sociais e afirmou que o Brasil não aceita “intervenção ou tutela de qualquer pessoa”.

O petista declarou que a defesa da democracia no Brasil é uma questão que pertence aos brasileiros.

Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Principalmente, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito, concluiu Lula.

Trump: “Deixem Bolsonaro em paz!”

Em sua rede social, a Truth Social, Trump afirmou no início desta tarde que Bolsonaro é vítima de um ataque político, assim como lhe ocorreu.

Assistirei de perto à investigação envolvendo Jair Bolsonaro, de sua família e de muitos de seus apoiadores, e considero que o único processo adequado é a eleição. Deixem Bolsonaro em paz!

Em sua declaração, Trump não menciona especificamente as ações judiciais contra Bolsonaro, mas discorre sobre perseguição e assegura a inocência do ex-presidente.

Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo, destacou Trump em outro trecho de sua mensagem, assim como o mundo.

Bolsonaro está réu na ação penal do STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga a trama golpista após as eleições de 2022. Ele é acusado por cinco crimes, entre eles organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, e golpe de Estado.

O ex-presidente está inelegível até 2030 após julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação. A razão é a realização de uma reunião com embaixadores, em julho de 2022, em que o então presidente atacou, sem provas, o sistema eleitoral.

Bolsonaro foi novamente julgado e condenado à inelegibilidade pelo TSE, por prática de abuso de poder político e econômico nas celebrações do Bicentenário da Independência, em 7 de setembro de 2022, período eleitoral.

Fonte por: CNN Brasil