Preço da gasolina deve cair a partir desta terça-feira (3) devido à decisão da Petrobras

## Redução nos Preços da Gasolina Anunciada pela PetrobrasA partir desta terça-feira (3), houve redução nos preços da gasolina comercializada pela Petrobras às distribuidoras. A diminuição de 5,6% divulgada na véspera representa o primeiro ajuste no preço dos combustíveis desde outubro de 2023. O valor médio de venda da gasolina da Petrobras nas refinarias será de R$ 2,85 por litro, com uma redução de R$ 0,17 por litro.A empresa justifica o intervalo de 20 meses sem reduções de gastos com a recente estratégia de ajustar os valores dos combustíveis. A política de preços, que diverge das médias internacionais, consiste em não acompanhar as quedas globais, criando um “colchão”. Quando os preços sobem no exterior, a empresa “queima o colchão” e protege o consumidor.O efeito real desse corte no orçamento do consumidor ainda depende do impacto nas bombas de gasolina. A projeção é que aproximadamente 30% a 35% da variação causada pela refinaria seja percebida nos postos de combustíveis em junho, conforme análise da estrategista de inflação da Warren, Andréa Angelo. A previsão de Fábio Romano, economista especialista em inflação da LCA Consultoria Econômica, é que cerca de 50% da redução seja repassada aos postos de gasolina.A redução de 5,6% na refinaria corresponderia a aproximadamente 2,56% na bomba, impactando junho (principalmente) e julho, conforme avalia Romão.Todavia, os analistas consultados pela CNN concordam que o ajuste da Petrobras terá forte impacto nos índices de inflação de junho e julho. O Monitor Diário de Inflação da LCA revisou suas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deste ano de 5,5% para 5,3%.Romão ressalta, por outro lado, o impacto mais imediato na variação dos preços nos meses de junho (de 0,37% para 0,25%) e julho (de 0,21% para 0,19%).## A Necessidade de Espaço para CorteEm entrevista à CNN Money, Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), manifestou críticas ao movimento da Petrobras. Sua avaliação é de que a estatal “não deveria e nem poderia baixar o preço nesse momento”, diante da paridade do preço internacional, a lógica que equipara os preços domésticos ao mercado global.O especialista destaca que a Petrobras já apresentava um preço desatualizado, e o anúncio do corte se verifica em um momento de alta do petróleo no mercado internacional, com pressão para o aumento dos combustíveis.A redução de preço da gasolina anunciada pela Petrobras não faz sentido sob a ótica do mercado, afirmou.O Citi ressalta que a avaliação deve ser negativa para os resultados da empresa, considerando que o preço mais baixo pode afetar sua Receita/EBITDA em aproximadamente US$ 690 milhões por ano.A distribuição de combustíveis apresenta medida positiva, pois o preço mais baixo pode reduzir a competitividade das pequenas distribuidoras e os investimentos em capital de giro, porém deve implicar um efeito negativo do estoque nas margens de EBITDA no segundo semestre de 2025.O Citi indica que a situação deve forçar a Petrobras a negociar preços inferiores à paridade internacional. O Goldman Sachs, por sua vez, continua a estimar os preços da estatal levemente superiores aos do mercado externo.As notícias atuais podem causar perdas adicionais de estoque para as distribuidoras de combustíveis na nossa área, pressionando as margens do segundo trimestre. Além disso, a PBR continua com preços locais de gasolina acima da referência internacional, o que, em última análise, pode incentivar empresas independentes a importar, gerando um potencial excesso de oferta e pressionando a lucratividade, conforme apontam os analistas do Sachs.

Fonte por: CNN Brasil