Polícia investiga operação contra o Comando Vermelho por controle da internet em comunidades
A Polícia Civil aponta que criminosos empregam prestadores de serviço informais e obrigam a população a utilizá-los de maneira agressiva e opressiva.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro executa, na terça-feira (24), mandados de busca e apreensão em vários municípios fluminenses, como a capital, Duque de Caxias, São Gonçalo e Cabo Frio.
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A ação faz parte da Operação Cabo de Guerra e visa desmantelar um esquema criminoso de monopólio forçado de serviços de internet em comunidades controladas pela facção Comando Vermelho.
A operação é realizada por equipes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e da 21ª DP (Bonsucesso), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE).
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Em um local, no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, ocorreu troca de disparos e um indivíduo foi detido na delegacia.
Investigações apontam que fornecedores ilegais, contando com apoio logístico e operacional da organização, estavam impondo seus serviços à população de maneira violenta e repressiva.
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Identificaram-se práticas como a destruição de redes de concorrentes, ameaças a moradores e comerciantes, além do emprego de equipamentos roubados e veículos adulterados. No bairro Jardim Primavera, em Duque de Caxias, policiais registraram e filmaram trabalhadores danificando cabos de fibra óptica de fornecedores legítimos. As ações eram realizadas por funcionários associados a empresas utilizadas como cobertura pelo grupo criminoso.
Na Praça Seca, na zona oeste do Rio, uma empresa foi vista intimidando a saída de concorrentes. Um automóvel da organização transitava de forma irregular pela região, especificamente em áreas onde outros fornecedores rivais haviam sido desativados.
A polícia também identificou um depósito com equipamentos de rede roubados e peças automotivas de origem questionável. A análise patrimonial dos suspeitos apontou ainda a compra de veículos em leilões de seguradoras, prática utilizada para dificultar o rastreamento de bens e esconder atividades ilícitas.
A Polícia Civil apurou que a organização criminosa possuía uma estrutura organizada, com divisão de funções que abrangia desde a realização dos atos de sabotagem até o controle do mercado de internet. Ao eliminar a concorrência e obrigar os moradores a utilizarem serviços ilegais, os grupos criminosos estabelecem preços altos, fornecem serviços de má qualidade e não oferecem aos consumidores nenhuma regulamentação ou proteção legal.
São investigados os delitos de organização criminosa, interrupção de serviços de telecomunicação, receptação e lavagem de dinheiro.
A apreensão, que compreende documentos, mídias digitais, equipamentos de rede e registros financeiros, será analisada para aprofundar o conhecimento da estrutura criminosa e subsidiar futuras responsabilizações penais e cíveis.
A Polícia Civil reiterou que o combate ao controle de serviços básicos por facções é fundamental para assegurar os direitos da população e para o desmantelamento da estrutura econômica do crime organizado.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.