O julgamento de Bolsonaro deve ser conduzido sem receio de “interferências”, afirma Barroso

Diante das manifestações aguardadas, tanto de apoio quanto de oposição ao ex-capitão, a Praça dos Três Poderes receberá um robusto esquema de segurança.

01/09/2025 15:18

4 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, declarou que o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) deverá ser conduzido com tranquilidade e sem receio de “interferências”, independentemente da origem, mencionando possíveis retaliações do governo dos Estados Unidos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O ex-capitão é réu na ação que visa o núcleo principal do golpe, e começará a ser julgado na terça-feira, 2.

As declarações foram feitas nesta segunda-feira, 1º, após a participação em evento no Rio de Janeiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O papel do Juiz é julgar os casos que lhe são apresentados, compreendendo o que diz a Constituição e o que diz a legislação. Sem interferências, venha de onde vier. Estamos lá para cumprir uma missão, que é uma missão difícil, mas é também a missão de servir ao Brasil da melhor forma possível.

O julgamento se dá em razão da série de sanções impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump em resposta ao avanço da ação contra Bolsonaro. Oito dos onze ministros do STF tiveram seus vistos para os EUA suspensos, e o relator das ações contra o ex-capitão, Alexandre de Moraes, foi punido com base na Lei Magnitsky.

Leia também:

Barroso não participará do julgamento, que ocorrerá na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Além de Moraes, o colegiado é composto por Cristiano Zanin, o presidente da turma, Carmen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.

Seria incomum se não houvesse tensão. Nenhum país julga invasão da sede dos Três Poderes ou a possibilidade de se entender que houve uma tentativa de golpe de Estado por um ex-presidente e seu grupo sem algum tipo de tensão natural, declarou. Polarização sempre existiu e sempre vai existir. Não é o problema. Problema é o extremismo.

Diante do cenário de polarização política, as forças de segurança do Distrito Federal implementam um robusto esquema de segurança para o julgamento de Bolsonaro. O plano inclui o fechamento da Praça dos Três Poderes e a presença de policiais militares nas áreas adjacentes, além de um reforço no efetivo e uma célula de inteligência centralizada, que reunirá órgãos locais e federais. A capital federal também deverá ser palco de manifestações contrárias e favoráveis à condenação do ex-presidente.

As celebrações pela Independência do Brasil, em 7 de Setembro, intensificam a preocupação com possíveis confrontos. Toda a circulação na área será monitorada por drones e mais de mil câmeras, supervisionadas por setenta indivíduos em uma central da Secretaria de Segurança Pública do DF. Conforme o governo local, a região onde se realiza o tradicional desfile cívico-militar estará sob a proteção do Comando Militar do Planalto.

Circulam pelas áreas classificadas como “críticas” pela SSP-DF, será necessário passar por revista, com base em uma lista de objetos proibidos, incluindo substâncias inflamáveis, mastros de bandeiras, fogos de artifício, máscaras, coolers e barracas. O planejamento para manifestações de 7 de Setembro prevê o posicionamento de apoiadores de Bolsonaro na Torre de TV, um dos principais pontos turísticos de Brasília, e dos manifestantes de esquerda na Praça Zumbi dos Palmares. A distância entre os locais é de 2,5 km.

Conforme apontou a CartaCapital, a principal preocupação é evitar os “lobos solitários”. Contudo, recorda-se também das tentativas de invasão ao edifício do STF que ocorreram dias antes de 7 de setembro de 2021.

Fonte por: Carta Capital

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.