Motéis se adaptam e incorporam-se ao mercado de hospedagem voltado a turistas

O setor de hospedagem vem ganhando destaque como fator principal para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em novembro, pela primeira vez na Amazônia, em Belém, no Pará.

Espera-se receber mais de 50 mil pessoas de aproximadamente 190 países. Para atenuar a dificuldade relacionada à escassez de leitos na rede hoteleira, o setor de motéis passou a investir em adequações para acomodar turistas e delegações internacionais.

Um dos empresários que investe nessa iniciativa é Ricardo Teixeira, proprietário dos hotéis Love Lomas e Fit Motel, além de diretor regional da Associação Brasileira de Motéis no Pará.

Leia também:

Operações da PF fecharam cinco garimpos ilegais de ouro e destruíram equipamentos no Pará

Igrejas se unem e formam plataforma solidária de hospedagens

Motorista-caminhoneiro é detido transportando 600 kg de cocaína no Pará

Com experiência de 15 anos no mercado, ele optou por investir em adaptações para atender a um público diferente do tradicional. De acordo com o profissional, a mobilização já ocorre em diversos estabelecimentos da capital.

O quarto já inclui cama de casal, frigobar, banheiro, mesa e cadeira. Para a COP30, realizei o investimento em armário para roupas, televisão e kits novos de lençóis e utensílios para refeições. A cadeira erótica, comum em nossos estabelecimentos, ficará a critério do hóspede.

No Love Lomas, em construção, disponibilizará 48 quartos para casais ou hóspedes individuais, enquanto o Fit Motel já conta com 34 unidades prontas para atender visitantes.

Além da hospedagem, os dois estabelecimentos irão oferecer refeições completas, entre café da manhã, almoço e jantar. Além disso, o empresário vai ofertar limpeza diária e transporte em vans para deslocamento entre o aeroporto, os motéis e os espaços oficiais do evento.

Condições e normas

Apesar das expectativas, Teixeira relata não ter feito reservas ainda. “Estou aguardando o anúncio do site oficial por parte do poder público. No entanto, já pretendo oferecer a possibilidade de troca de hóspedes de um mesmo grupo durante a hospedagem, o que pode simplificar para grupos que venham em períodos alternados”, afirmou.

Fiscalização e regulamentação

O representante do setor de motéis do estado relata que o setor tem recebido atenção de órgãos fiscalizadores, que estão conduzindo avaliações nos estabelecimentos.

Os bombeiros têm realizado essa atividade de vistoria. A Vigilância Sanitária Municipal também já passou em alguns motéis. A organização está sendo bem feita e os empresários estão se ajustando para entregar um bom trabalho, garantiu.

A CNN solicitou informações ao Corpo de Bombeiros e à Vigilância Sanitária Municipal sobre os critérios para a aprovação dos estabelecimentos, porém não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

A expectativa para o evento

Apesar da falta de linhas de crédito específicas — que atualmente favorecem hotéis —, o diretor da associação acredita que a COP30 será um marco para os motéis.

Todos demonstram grande satisfação com essa perspectiva. Representa uma chance significativa de impulsionar negócios. Além disso, visitantes de outros países conhecerão Belém, sua gastronomia e a riqueza cultural da Amazônia. As expectativas são positivas, declarou.

As ações do governo

Para amenizar a pressão sobre a rede hoteleira, o governo brasileiro anunciou medidas como o lançamento de uma plataforma digital para registrar promoções de hospedagem, a utilização de escolas como albergues e a construção de novos hotéis.

Moradores de Belém estão recebendo treinamento em inglês e sendo orientados a cadastrar seus imóveis em plataformas de hospedagem.

Uma iniciativa da sociedade civil desenvolveu um site que conecta igrejas e fiéis, oferecendo leitos solidários, com opções gratuitas ou a preços acessíveis.

O governo também anunciou linhas de financiamento para hotéis, pousadas, albergues e motéis ampliarem ou reformarem suas instalações até a data do evento.

A COP30 ocorrerá entre 10 e 21 de novembro e visa reunir chefes de Estado, delegações, cientistas, jornalistas e representantes da sociedade civil, incluindo povos indígenas e comunidades quilombolas, com o objetivo de negociar acordos essenciais para combater a crise climática global.

Fonte por: CNN Brasil