Milei ataca gestão no futebol com argentinos de fora da Copa de Clubes
Presidente propõe mudança de clubes para formato de sociedades anônimas; Boca Juniors e River Plate foram eliminados na primeira fase.

O presidente da Argentina, Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), criticou nesta quinta-feira (26.jun.2025) o modelo de gestão do futebol argentino após o Boca Juniors e o River Plate serem eliminados na primeira fase da Copa do Mundo de Clubes. Em publicação nas redes sociais, ele defendeu a transformação dos times em SADs (Sociedades Anônimas Desportivas).
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Milei utilizou o bom desempenho dos clubes brasileiros em competições para fortalecer sua posição a favor da incorporação de capital privado no futebol nacional. Ele criticou Claudio Tapia, presidente da AFA (Federação Argentina de Futebol), que se opõe ao modelo de SAFs (que no Brasil são conhecidas como SADs).
Não River, nem Boca. Sem argentinos no Mundial de Clubes. O Brasil foi com 4 times, e todos avançaram. Até quando precisaremos criticar o fracasso do modelo Chiqui Tapia? Um campeonato frágil, com 30 equipes, sem competitividade, sem SAFs, sem incentivos. Não está à altura do enorme público argentino que lota estádios em todo o mundo. Insisto, Chiqui Tapia e seu minúsculo círculo fazem mal ao futebol argentino.
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A diferença técnica e econômica entre clubes brasileiros e argentinos tem se intensificado nos últimos anos. Times do Brasil conquistaram seis títulos consecutivos da Copa Libertadores desde 2019, período em que a competição adotou o formato de uma única final.
Entre 2019 e 2022, Palmeiras e Flamengo conquistaram a Libertadores em sequência. Em 2024, Atlético-MG e Botafogo, que se transformaram em SAF, protagonizaram a decisão do torneio.
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Apenas dois clubes argentinos disputaram as finais da Libertadores desde 2019: River Plate em 2019 e Boca Juniors em 2023. Ambos foram derrotados por times brasileiros.
A questão das SADs possui dimensão política na Argentina. Milei defende esse modelo desde dezembro de 2023, quando ainda era candidato à presidência. Em seu governo, revogou um decreto que concedia benefícios fiscais aos clubes argentinos, previsto para o final de 2024.
No marco da feira agroindustrial Expoagro, em Buenos Aires, Milei manifestou o interesse do Grupo City na aquisição de importantes clubes argentinos.
Ele considerou ser um investimento colossal. Ou prefere permanecer nessa miséria, onde a qualidade do futebol se deteriora a cada vez mais?
A partir de novembro de 2025, o governo argentino autorizou a entrada de capital privado no futebol do país, permitindo a transformação dos clubes em SADs, modelo similar às SAFs brasileiras.
A iniciativa encontra resistência de Claudio Tapia, que tem mobilizado clubes tradicionais contra a medida. As articulações resultaram em ações judiciais que bloqueiam a implementação da liberação do capital privado no futebol argentino.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.