Já foram extintas 37 espécies de anfíbios; compreenda os motivos
Os anfíbios representam o grupo de vertebrados mais vulnerável, com mais de oito mil espécies identificadas e 37 já extintas oficialmente.

Conforme a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), mais de 900 espécies de animais foram declaradas extintas desde 1500; muitas outras são classificadas como “possivelmente extintas”. Dentre elas, dezenas são espécies de anfíbios, que atualmente são considerados os vertebrados mais ameaçados de extinção no planeta.
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Assim como outros animais, os anfíbios exercem um papel crucial na dinâmica da natureza, notadamente em ecossistemas aquáticos e terrestres.
As rãs são predadoras de mosquitos, escorpiões, aranhas e outros animais que podem transmitir doenças. Além disso, são considerados bioindicadores da qualidade ambiental, pois sua presença (ou ausência) reflete o equilíbrio do ambiente em que vivem.
Para ser classificado como um animal anfíbio, deve pertencer a uma das três ordens da classe Amphibia:
Os anfíbios da ordem Anura apresentam patas traseiras bem desenvolvidas e a habilidade de saltar. Já os da ordem Caudata possuem corpos alongados, com cauda, e se locomovem de maneira parecida com lagartos. Por fim, os Gymnophiona exibem corpos cilíndricos, sem patas, e se assemelham a minhocas ou cobras.
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Alguns desses animais também são estudados pela indústria farmacêutica, devido à produção de secreções com potencial para o desenvolvimento de medicamentos.
Essas secreções também são utilizadas em rituais culturais de diversas tradições indígenas. Um exemplo é o sapo-macaco-gigante (Phyllomedusa bicolor), frequentemente empregado por tribos da Amazônia e chamado de Kambó — nesses rituais, sua secreção é aplicada em pequenas queimaduras na pele.
A organização AmphibiaWeb registrou mais de 8.800 espécies de anfíbios catalogadas globalmente. No Brasil, uma lista divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2022 aponta para 1.188 espécies registradas no território nacional.
Publicado no final de 2023, o relatório State of the World’s Amphibians aponta que 37 espécies de anfíbios foram confirmadas como extintas na natureza. Adicionalmente, mais duas espécies desapareceram da natureza, sobrevivendo unicamente em cativeiro.
De um total superior a oito mil espécies catalogadas, 41% encontram-se ameaçados de extinção, e mais de 900 não dispõem de dados suficientes para que seu risco seja avaliado. Diante das mudanças climáticas, 846 estão ameaçados por efeitos como o aumento da temperatura, a alteração de habitats e outros impactos ambientais.
Atualmente, os anfíbios são reconhecidos como o grupo de vertebrados mais ameaçado do planeta, com quase a metade em risco de extinção. Aproximadamente 41% dos anfíbios enfrentam algum nível de ameaça, um percentual inferior ao de mamíferos (26%) e aves (15%).
A principal razão da ameaça de extinção dos anfíbios é a perda de seus habitats naturais, resultante da devastação de florestas tropicais, do emprego de pesticidas, do esgotamento de lagos e rios, e de outras ações humanas.
A perda e a degradação de habitat representam a principal ameaça aos anfíbios. As mudanças climáticas constituem um risco sério, uma vez que esses animais são altamente sensíveis a variações de temperatura e umidade – fatores que se intensificam devido aos efeitos dos gases de efeito estufa.
A terceira maior ameaça são as doenças, em particular o fungo que provoca a quitridiomicose, responsável pela extinção de pelo menos nove espécies desde a década de 1980.
O declínio dos anfíbios também é influenciado pelo aumento das queimadas, pela predação por espécies invasoras e pelo emprego desses animais para fins gastronômicos, medicinais ou como animais de estimação.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.