Haddad critica taxa Selic em 15% e manifesta “preocupação” com o nível
O ministro da Fazenda afirma que a taxa de juros é “muito restritiva” e “muito acima da inflação projetada”.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta terça-feira (24.jun.2025) estar “preocupado” com o patamar da Selic, que está em 15% ao ano. Em tom crítico, afirmou que a taxa básica de juros está “muito restritiva” e “muito acima da inflação projetada”.
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Haddad, contudo, reduziu a importância da decisão do Banco Central na quarta-feira (18.jun), que aumentou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. A autoridade monetária está sob a liderança de Gabriel Galípolo — nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Essa alta foi contratada na última reunião da qual participou o Roberto Campos [Neto, ex-presidente do BC], em dezembro [de 2024]. É uma coisa que se chama “guidance”. É como se estivesse estabelecendo uma contratação futura da taxa […]. Não dá para dar um choque em política monetária. Você vai perder credibilidade, o manche da economia. Tem que ter muita cautela.
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Estamos no início de um mandato [de Galípolo], que traz a memória do anterior [Campos Neto]. Ainda precisamos dar um tempo para que as coisas se desenvolvam.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não aumentará os gastos públicos neste momento, afirmou Fernando Haddad. “Vamos congelar o debate sobre aumento de gastos até encontrar o caminho da sustentabilidade dos gastos. Neste momento, nenhum aumento de gasto é bem-vindo, a não ser os imprescindíveis”.
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O gestor da fazenda declarou que é imprescindível “dar o exemplo” em relação ao controle dos gastos. “Se agirmos com parcimônia e prudência nas despesas, promoveremos um maior crescimento. Atualmente, devemos ser bastante cautelosos” afirmou.
O Poder360 revelou que o governo Lula incorreu em gastos de R$ 324,3 bilhões além da meta fiscal de 2023 a 2025.
Haddad também afirmou alinhar com o Banco Central, a Caixa Econômica e o Ministério das Cidades uma proposta de crédito imobiliário para a classe média.
Falta avançar o crédito imobiliário para a classe média, que ainda é limitado em relação aos níveis internacionais, em torno de 10% do Produto Interno Bruto. Alguns países, como o Chile, apresentam taxas de 30%. Estamos caminhando nessa direção, conforme observado.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.