Gustavo Dutra, general, é intimado por Moraes para depor
O militar foi apontado como testemunha do ex-ministro da Justiça em processo por tentativa de golpe, porém não compareceu à sessão.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, intimou o general Gustavo Gustavo Henrique Dutra de Menezes para testemunhar na ação penal contra o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, referente à tentativa de golpe.
Dutra, atualmente 5º subchefe do Estado-Maior do Exército, exerceu a função de chefe do Comando Militar do Planalto durante o episódio do 8 de Janeiro. Foi afastado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em meio a uma operação de “limpeza” de militares ligados aos atos extremistas de 2023, conforme reportado pelo Poder360.
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Dutra foi investigado pelo Ministério Público Militar em relação a uma possível falha de planejamento, negligência ou omissão nos atos extremistas de 2023.
Em setembro de 2023, o general compareceu à CPI do 8 de Janeiro no Congresso Nacional, onde declarou que o Exército utilizava uma estratégia indireta para desmobilizar os acampamentos de apoiadores de Bolsonaro em frente ao Quartel-General em Brasília. Ele também negou que os militares tenham agido com omissão.
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O militar afirmou ter persuadido Lula a não ordenar a prisão dos extremistas após a invasão aos edifícios dos Três Poderes, alegando que a ação ocorreria “sem planejamento”, o que poderia “terminar com sangue”.
Em 9 de janeiro de 2023, a PF e a polícia militar do DF desmantearam o acampamento em frente ao quartel.
A prisão de Gustavo Dutra ocorreu após o militar ausentar-se ao depoimento no Supremo na quarta-feira (29.mai), como testemunha de Anderson Torres. Conforme Raphael Menezes, advogado de Torres, não foi possível persuadir o general a comparecer.
Com antecedência à sessão de audiências de quinta-feira (29.mai.2025), o advogado de Torres solicitou que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, notificasse o militar. Segundo Raphael Menezes, o depoimento de Dutra é relevante, pois abordará os acampamentos em frente à sede do Exército que ocorreram antes do 8 de Janeiro.
Moraes aceitou a intimação e comunicou que comparecerá à audiência na segunda-feira (2 de jun), último dia de depoimento das testemunhas do núcleo essencial da ação por tentativa de golpe.
As testemunhas de defesa somente são compelidas a depor se forem citadas pelo STF. Contudo, a defesa de Torres abandonou a possibilidade de depoimentos de outros envolvidos, incluindo o ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Guedes.
Os advogados também se abstiveram de apresentar os depoimentos de Celio Faria, ex-ministro da Secretaria de Governo, e Adler Cruz e Alves, ex-vice-advogado-geral da União. Entre os ministros de Bolsonaro, apenas Adolfo Sachsida (Minas e Energia) e o advogado-geral da União, Bruno Bianco, prestaram declarações.
Depoimentos
O Plenário do STF iniciou, em 19 de maio, a análise dos depoimentos de testemunhas apontadas pelo núcleo central da trama da tentativa de golpe. A acusação da PGR sustenta que o grupo foi responsável por liderar a organização criminosa.
As testemunhas de Anderson Torres depuseram na quinta-feira (29.mai).
As declarações das testemunhas em Torres prosseguirão na 6ª feira (30.mai). As audiências devem ser concluídas até 2 de junho. No mesmo dia, também testemunharão as testemunhas indicadas por Jair Bolsonaro, pelo ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e pelo general Walter Braga Netto, todos acusados por tentativa de golpe.
Fonte: Poder 360
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.