A CartaCapital dedicou ampla atenção nesta semana ao vídeo do youtuber Felca sobre a adulta e sexualização de crianças e adolescentes na internet. O minidocumentário, impactante, critica as plataformas digitais por promoverem e monetizarem conteúdos com menores que atuam como coaches em programas de entrevistas, mães que expõem seus filhos a situações constrangedoras e influenciadores digitais, como Hytalo Santos, que exploram a imagem de meninos e meninas em contextos erotizados – um risco para pedófilos e predadores sexuais.

A denúncia de Felca ressalta a necessidade de punir não apenas os responsáveis pela produção desse tipo de material, mas também aqueles que o consomem, divulgam e financiam. Com dezenas de milhões de visualizações, o vídeo criou um cenário favorável para que o governo e o Congresso retomem, em caráter de urgência, o debate sobre a regulamentação das grandes empresas de tecnologia. Já foram apresentados mais de 30 novos Projetos de Lei com foco no fortalecimento das regras de proteção ao público infantil.

No Senado, existe um pedido formal para a instauração de uma CPI destinada a investigar a exploração de crianças e adolescentes nas redes sociais.

André Barrocal relata na reportagem de destaque os aspectos do acordo que pôs fim à revolta da direita radical no Congresso. O pacto, negociado secretamente por apoiadores de Bolsonaro e integrantes do “Centro”, contempla um intercâmbio de apoio em duas medidas: perdão aos envolvidos no levante e revogação do regime de foro especial para os parlamentares.

A anistia interessa, por motivos evidentes, a Bolsonaro e seus aliados. Já o fim do foro privilegiado convém a parlamentares investigados por desvios de emendas. Com a alteração, os processos passariam a ser conduzidos por juízes de primeira instância, o que ampliará as possibilidades de recursos e, por conseguinte, diminuiria o poder do Supremo Tribunal Federal sobre os congressistas. Resta aguardar se Hugo Motta dará andamento à pauta desse acordo para votação. Sem pressão social o risco é real.

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Uma operação em larga escala, conduzida pelo governo federal, resultou na prisão de quase 400 assassinos e agressores de mulheres. A iniciativa visa controlar o aumento dos feminicídios no Brasil, que se intensificou a partir de 2020, em oposição à tendência de diminuição dos homicídios em geral. Segundo especialistas, a repressão por si só não é suficiente para reverter esse quadro preocupante.

Jamil Chade divulga o conteúdo de uma carta de relatores da ONU, na qual o governo do ultradireitista JAVIER MILEI é acusado de cerciorar a Argentina e reprimir protestos contra suas políticas. O documento, obtido em exclusividade pela CartaCapital, denuncia “grave deterioração das liberdades fundamentais e do espaço cívico” no país desde a posse do presidente que se autodenomina “libertário”.

Boa leitura!

Publicado na edição nº 1375 da CartaCapital, em 20 de agosto de 2025.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “Ganância e Perversão”.

Fonte por: Carta Capital