Fundo Monetário Internacional projeta crescimento de 2,1% para o Brasil em 2026

O Fundo Monetário Internacional aumentou levemente sua expectativa de crescimento do Brasil em 2026, porém, ainda prevê desaceleração da economia, conforme novas projeções divulgadas nesta terça-feira (29), que não consideram o previsto aumento de tarifas comerciais dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

O FMI projeta crescimento de 2,1% do PIB brasileiro em 2026, conforme seu relatório Perspectivas Econômicas Globais, um acréscimo de 0,1 ponto percentual em relação à projeção de abril.

Apesar do crescimento, a leitura ainda indica uma leve desaceleração em relação à expansão de 2,3% projetada para o ano corrente.

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A projeção do FMI para 2025 já havia sido aumentada de 2% no relatório de abril para 2,3% em junho, após conversas com representantes brasileiros durante a visita de equipe técnica do Fundo ao Brasil, referente à chamada “Consulta do Artigo IV”, uma avaliação periódica da economia dos países realizada pela instituição.

O fundo esclareceu que suas projeções neste relatório são baseadas nas políticas comerciais atualmente em vigor, ou seja, presume que as políticas adotadas no momento em que ele foi escrito são permanentes.

O FMI afirmou que isso ocorre mesmo em relação a medidas que foram classificadas como temporárias ou pendentes, o que implica que a manutenção de tarifas elevadas persiste após seus períodos de validade e que taxas mais altas não entrarão em vigor.

Atualmente, a economia brasileira enfrenta a perspectiva da implementação de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, que entrarão em vigor na sexta-feira.

O Brasil tem enfrentado dificuldades para sustentar um diálogo com as autoridades norte-americanas acerca das questões comerciais.

As projeções do FMI são um pouco mais pessimistas do que a estimativa do governo brasileiro. Neste mês, o Ministério da Fazenda elevou sua projeção para o PIB para 2,5% em 2025, contra previsão de 2,4% feita em maio.

Para 2026, a estimativa foi revisada de 2,5% para 2,4%. Esses valores não levaram em conta os possíveis impactos do aumento das tarifas entre o Brasil e os Estados Unidos.

O Produto Interno Bruto do Brasil apresentou crescimento de 1,4% no primeiro trimestre em relação ao período anterior, conforme informações do IBGE, após um avanço de 3,4% em 2024. O IBGE comunicará os dados do segundo trimestre em 2 de setembro.

A economia brasileira também apresenta uma perspectiva de desaceleração gradual devido a uma política monetária restritiva, com a taxa básica de juros Selic em 15%, nível que deverá ser mantido pelo Banco Central em sua reunião desta semana.

Um mercado de trabalho forte contribui para a manutenção da resiliência.

A projeção do FMI para o crescimento da América Latina e Caribe em 2025 foi aumentada em 0,2 ponto percentual, para 2,2%, e manteve-se em 2,4% para 2026.

O Fundo Monetário Internacional aumentou as projeções para as economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, em 0,4 e 0,1 ponto percentual, elevando-as para 4,1% em 2025 e 4,0% em 2026.

A projeção de crescimento para este ano é impulsionada principalmente pela China, com uma estimativa de 4,8%, 0,8 ponto percentual superior ao relatório anterior, devido ao desempenho mais robusto do que o previsto no primeiro semestre e à diminuição das tarifas dos Estados Unidos.

Qual o impacto que a política tarifária de Trump terá sobre a economia brasileira?

Fonte por: CNN Brasil