Pesquisadores identificaram uma nova espécie de dinossauro, com o tamanho de um cão, que viveu nos Estados Unidos há aproximadamente 150 milhões de anos, coexistindo com espécies como estegossauro e diplodoco.

O Enigmacursor mollyborthwickae, conforme os pesquisadores o denominaram, apresentava dimensões semelhantes às de um labrador retriever, com uma cauda que representava aproximadamente metade do seu comprimento, segundo um estudo publicado na Royal Society Open Science na última quarta-feira (24).

Apesar de muitos de seus ossos terem sido encontrados na Formação Morrison no Colorado em 2021-2022, o crânio e partes da coluna vertebral estavam faltando, o que gerava dúvidas sobre seu tamanho exato.

“Esses dinossauros herbívoros muito pequenos são bastante raros”, disse à CNN o Professor Paul Barrett, pesquisador do Museu de História Natural de Londres, que co-liderou o estudo.

Encontrar um esqueleto em estado razoavelmente completo não é frequente, o que contribui para sua pouca notoriedade.

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O dinossauro apresentava uma estrutura corporal leve, com um peso estimado similar ao de um collie, segundo Barrett. Era um animal herbívoro e caminhava sobre suas longas pernas posteriores, o que indica que era um corredor rápido, possibilitando uma fuga rápida dos predadores, complementou Barrett.

Ele e sua colega, Susannah Maidment, iniciaram a investigação deste espécime após uma galeria de arte de Londres, que apresentava o dinossauro, contatá-los.

Conseguiram, por fim, colaborar com a galeria e identificar um doador capaz de auxiliar na transferência do esqueleto para o museu. O nome da espécie homenageia essa doadora, Molly Borthwick, e o nome do gênero é latim, traduzido como “corredor misterioso”.

Ao analisar minuciosamente os ossos, Maidment e Barrett chegaram à conclusão de que este espécime apresentava características distintas, diferentes de qualquer outra espécie já identificada. Em especial, seu fêmur se destacava, com fixações musculares variadas em relação a outros dinossauros, segundo Barrett.

Ele é mais próximo do Yandusaurus hongheenis, um dinossauro de três metros de comprimento que foi descoberto na China. Isso indica que a espécie era amplamente distribuída, afirmou Barrett, sugerindo que outros fósseis ainda não foram encontrados.

Os cientistas consideram que o espécime ainda não estava totalmente desenvolvido, visto que algumas de suas vértebras ainda não haviam se fundido, porém, não podem ter certeza devido à forma como o fóssil foi preparado antes de chegar ao Museu de História Natural. Além disso, não está claro como o dinossauro morreu, pois não há sinais óbvios de doença ou lesão em seus ossos.

A descoberta ou identificação de novas espécies de dinossauros ocorre com frequência, aproximadamente uma vez por semana, segundo Barrett. Contudo, encontrar pequenos dinossauros como este é mais raro, em parte devido à negligência por parte de paleontós que buscam dinossauros maiores e mais imponentes, e em parte porque esqueletos menores têm maior probabilidade de serem destruídos por predadores e necrófagos.

“Encontrar esses dinossauros menores que frequentemente são deixados no solo nos dá uma ideia mais completa de como eram aqueles ecossistemas”, finalizou Barrett.

Fósseis mostram como répteis da era dos dinossauros tinham capacidade de voar.

Fonte por: CNN Brasil