Em dois anos, 30% dos médicos migraram para outras áreas da saúde

Entre 2022 e 2024, o êxodo de trabalhadores ocorreu em maior intensidade em estados com menor Produto Interno Bruto.

03/06/2025 16:41

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Em dois anos, 30% dos médicos migraram para outras áreas da saúde

Em 2022 a 2024, 33,9% dos médicos abandonaram os postos de trabalho na Atenção Primária à Saúde. A taxa de rotatividade profissional foi mais elevada em áreas com menor Produto Interno Bruno.

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Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal apresentam os maiores PIBs per capita e os menores percentuais de saída de médicos. O Maranhão e a Paraíba, com menores PIBs per capita, registram os maiores percentuais.

Os dados, que consideram os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, compõem uma base de dados lançada na segunda-feira (2.jun.2025) pela Umane, organização que apoia iniciativas no âmbito da saúde pública, e o Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da FGV – Fundação Getulio Vargas).

Marcella Abunahman, uma das autoras do estudo e pesquisadora do FGVsaúde, ressalta que são necessários mais estudos para compreender os índices de rotatividade de médicos e demais profissionais da área da saúde na Atenção Primária.

Os estudos indicam que é necessário pelo menos um ano para se começar a conhecer o paciente […]. Quanto mais se conhece o paciente, mais precisos, menos imprecisos e maior satisfação, porque eu obtenho o melhor resultado”, afirma.

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O estudo aponta avanços na abrangência, porém ressalta dificuldades como a retenção de profissionais, a cobertura vacinal, o acompanhamento de pacientes com condições crônicas e o encaminhamento para exames de rastreamento oncológico. Uma das metas é auxiliar gestores da área da saúde a otimizar os serviços da atenção primária.

O Ministério da Saúde define a Atenção Primária à Saúde como o primeiro nível de atendimento à população. Compreende ações para promover e proteger a saúde, diagnosticar, tratar, reabilitar e minimizar danos.

É o principal canal de acesso ao SUS e do centro de comunicação com toda a Rede de Atenção.

O estudo da FGV/Ibre e Uname também aponta para a abrangência dos serviços essenciais no país. No segundo trimestre de 2024, as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul atenderam à meta do Sisab de oferecer assistência a 45% das gestantes com no mínimo 6 consultas. O Norte se destaca como a exceção.

O mesmo cenário se aplica ao rastreamento de câncer de mama, onde a meta de 70% de atendimento é atingida nas quatro regiões, com exceção do Norte.

Em relação às internações por condições sensíveis à APS, a média nacional entre janeiro de 2024 e outubro de 2024 foi de 20,6%. Na divisão por regiões, o Sul (17,8%), Sudeste (19,8%) e Centro-Oeste (19,0%) ficaram abaixo da média nacional. O Norte (23,9%) e Nordeste (22,4%) ficaram acima.

Os pesquisadores indicam que o indicador demonstra a habilidade da APS de prevenir internações decorrentes de problemas de saúde que poderiam ser tratados ou evitados precocemente.

A vacinação de crianças menores de um ano não alcançou a meta do Ministério da Saúde de 95% em nenhum estado brasileiro. As maiores taxas foram observadas em Alagoas e no Distrito Federal, com 87%.

Com informações da Agência Brasil.

Fonte por: Poder 360

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.