A diretoria do ABC Futebol Clube, liderada pelo presidente Eduardo Machado e pelo vice-presidente jurídico Ennio Marques, se pronunciou em coletiva para detalhar um acordo de intenções firmado com uma incorporadora, que visa o desenvolvimento de uma área do terreno do clube, localizada na região do módulo 3 do estádio Frasqueirão.

O presidente começou seu discurso declarando que o governo havia perdido uma “guerra de narrativas” em razão de uma “falha de comunicação” e que o propósito da reunião seria reaver os fatos sobre a negociação.

O vice-presidente jurídico, Ennio Marques, esclareceu que o acordo assinado não constitui um contrato de venda, mas sim um “termo de intenção” que assegura à empresa o “direito de preferência” em uma futura competição. Marques e Machado enfatizaram que, devido ao clube estar em recuperação judicial, qualquer alienação de patrimônio é um processo complexo que requer múltiplas aprovações, incluindo a do Conselho Deliberativo e, obrigatoriamente, uma autorização da Justiça. Machado desafiou publicamente qualquer pessoa a apresentar um contrato de compra e venda registrado em cartório, declarando renunciar ao mandato caso tal documento existisse.

Durante a coletiva, o presidente Eduardo Machado admitiu que houve falhas por parte da diretoria na gestão da crise. Ele reconheceu uma “sucessão de falhas de comunicação” e uma condução política do processo que não foi a ideal. Segundo ele, a diretoria não entrou “em campo” na “batalha de comunicação”, o que permitiu a propagação de informações que ele considera inverídicas. O presidente afirmou que o episódio serve de lição para que erros semelhantes não voltem a acontecer.

Os recursos financeiros do acordo, segundo Machado, foram depositados na conta do clube e utilizados para cobrir despesas operacionais, incluindo o pagamento de fornecedores e prestadores de serviço, e não para a contratação de jogadores. Ele ressaltou a transparência da operação, evidenciando que os honorários do escritório que intermediou a negociação também foram pagos via conta do clube, com a emissão da respectiva nota fiscal. Se o negócio não for aprovado posteriormente, o contrato não contempla a possibilidade de reembolso, sendo imprescindível uma nova negociação para tal fim.

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Questionado sobre uma alteração em seu posicionamento histórico contra a venda de patrimônio, Eduardo Machado fez uma diferenciação. Ele reiterou ser contrário à venda de ativos para obter apenas fluxo de caixa para o clube. Contudo, declarou ser favorável a uma transação imobiliária se os recursos forem exclusivamente destinados à construção de infraestrutura, como um centro de formação para as categorias de base e um centro de treinamento moderno para a equipe profissional.

Por fim, o presidente atribuiu a intensidade da repercussão ao que ele considera um “clube politicamente doente”. Ele citou a propagação de boatos, como o de que receberia um salário de R$ 50 mil, como exemplo dos ataques que a gestão vem sofrendo. Para Machado, o clima de instabilidade é um reflexo de um “duro processo eleitoral” que ainda não foi superado por alguns setores do clube.

Fonte por: Tribuna do Norte