A publicação reflete a postura de parlamentares da oposição, que passaram a considerar o processo de impeachment de membros do Judiciário.
Um dia após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), compartilhou uma mensagem bíblica nas redes sociais. No post, feito nesta terça-feira 5, Dino escreveu: “O fruto da Justiça será paz; o resultado da Justiça será tranquilidade e confiança para sempre”. A publicação coincidiu com a reação de parlamentares da oposição, que defendem anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e chegaram a levantar a possibilidade de impeachment de ministros da Corte.
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A determinação que garantiu a Bolsonaro a prisão domiciliar foi definida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos que investigam a participação do ex-presidente em atos antidemocráticos. O ministro justificou a medida, alegando que o ex-presidente descumpriu consistentemente as restrições impostas, ao participar por telefone de uma manifestação ocorrida no domingo, 3, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
O áudio foi compartilhado em vídeo pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), sendo depois removido das redes sociais. Na gravação, Bolsonaro saudou apoiadores e declarou que o ato acontecia “pela nossa liberdade, pelo nosso futuro e pelo Brasil”. Para os membros do Supremo Tribunal Federal, o ato representou uma afronta às decisões anteriores da Corte.
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O ministro Moraes ressaltou que Bolsonaro criou “material pré-fabricado” para ser divulgado em manifestações e redes sociais, com o propósito de coagir o STF e obstruir a Justiça. “Agindo ilicitamente, o réu Jair Messias Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça”, escreveu o ministro.
Além da prisão domiciliar, incluem-se as restrições a apreensão do celular de Bolsonaro, a proibição de uso de aparelhos de terceiros e a vedação ao contato com outros investigados, autoridades estrangeiras ou embaixadores. Também foi determinado que visitas sejam restritas a advogados e pessoas autorizadas, que não podem portar celulares ou registrar imagens. Caso as medidas sejam descumpridas, o ex-presidente poderá ter a prisão preventiva decretada.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.