Dificuldades Econômicas e a Felicidade na Finlândia
O clima de apreensão no país considerado o mais feliz do mundo é resultado de dificuldades econômicas. Juho-Pekka Palomaa, de 33 anos, enfrenta quase três anos de desemprego, mas não se deixa abater pelos problemas da Finlândia. Apesar da estagnação econômica e do aumento do desemprego, o país manteve o título de nação mais feliz do mundo pelo oitavo ano consecutivo, segundo o Relatório Mundial da Felicidade de 2025.
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Especialistas atribuem esse sucesso a um robusto Estado de bem-estar social, embora os benefícios estejam sendo reduzidos devido aos custos do envelhecimento populacional. Palomaa expressou sua gratidão pela rede de segurança social que o apoiou financeiramente, afirmando que não se sente mais infeliz do que antes.
Ele marcou seus 1.000 dias de desemprego com uma ação simbólica, distribuindo comida nas escadarias do parlamento.
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Crise Econômica e Desemprego
A economia da Finlândia, que depende das exportações, enfrenta desafios desde o colapso da Nokia, que não conseguiu se adaptar à transição para smartphones. A incerteza em relação ao comércio global também afetou as exportações e o turismo.
O Banco da Finlândia prevê um crescimento econômico de apenas 0,3% para este ano, com o desemprego atingindo 10,3% em outubro, o maior índice em 15 anos.
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A taxa de desemprego entre os jovens de 15 a 24 anos é alarmante, alcançando 22,4%. A Comissão Europeia deve decidir se incluirá a Finlândia no “Procedimento de Déficit Excessivo”, uma vez que o país deve ultrapassar o limite de 3% de déficit orçamentário nos próximos três anos.
O governo já começou a cortar benefícios do Estado de bem-estar social, incluindo seguro-desemprego e auxílio-moradia.
Medidas do Governo e Impacto Social
Hanna Taimio, de 54 anos e também desempregada, expressou preocupação com o futuro dos jovens diante dos cortes. O governo de coligação de direita, em poder desde 2023, busca reforçar as finanças públicas e controlar a dívida crescente. O ministro do Emprego, Matias Marttinen, reconheceu a alta taxa de desemprego como “terrível”, mas defendeu a facilitação das demissões para estimular o emprego.
Críticos, no entanto, argumentam que as medidas de austeridade podem ter agravado a situação econômica e o pessimismo entre os consumidores. Lauri Holappa, do Centro Finlandês de Nova Análise Econômica, destacou que as políticas de consolidação fiscal podem ter contribuído para o aumento da dívida pública.
Felicidade e Resiliência
A felicidade na Finlândia vai além dos indicadores econômicos. O professor emérito John Helliwell, editor do relatório, afirmou que a resiliência e a capacidade de enfrentar dificuldades de forma colaborativa são fatores determinantes para a felicidade.
Dados de uma pesquisa da Gallup não mostram flutuações significativas nos níveis de felicidade dos finlandeses, que consideram aspectos como apoio social e expectativa de vida saudável.
Palomaa, impactado financeiramente pelo desemprego, encontrou apoio em uma sauna comunitária em Helsinque. Ele organizou uma comemoração simbólica em seu milésimo dia de desemprego, onde distribuiu doces caseiros. “Decidi que este é o meu momento”, disse ele, enfatizando a importância de aproveitar as oportunidades, mesmo em tempos difíceis.
