Departamento de Polícia dos EUA procura suspeito de homicídio de deputado estadual

A polícia dos Estados Unidos segue em diligência, neste domingo (15), na busca pelo suspeito do assassinato de uma parlamentar estadual democrata em Minnesota e do ferimento grave de outra, em ataques que parecem ter motivação política, segundo o governador desse estado do norte. Os ataques de sábado (14) ocorreram no mesmo dia em que o presidente republicano, Donald Trump, que completava 79 anos, organizou o maior desfile militar dos Estados Unidos em décadas, em meio a protestos nacionais contra sua política imigratória e após uma semana marcada pelo envio de tropas para Los Angeles, o epicentro dessas manifestações.

A congressista estadual Melissa Hortman, ex-presidente da Câmara de Representantes de Minnesota, e seu marido, Mark, foram mortos no sábado em sua residência em Brooklyn Park, um bairro de Minneapolis, após um incidente de tiroteio na área próxima de Champlin, onde o senador estadual John Hoffman e sua esposa, Yvette, ficaram feridos, conforme declarado pelo governador democrata, Tim Walz, durante uma conferência de imprensa.

A polícia identificou Vance Luther Boelter, um homem branco de 57 anos, como o principal suspeito, sendo procurado por centenas de policiais nos subúrbios ao norte de Minneapolis. Ele é considerado “armado e perigoso”, afirmou Drew Evans, chefe do Departamento de Investigação de Minnesota, que investiga as motivações do agressor e se há outros envolvidos.

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Boelter foi avistado na manhã de sábado na área de Minneapolis, e “usava um chapéu de cowboy claro”, informou Evans. Trump e a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, criticaram o ocorrido e asseguraram que os responsáveis seriam punidos “em toda extensão da lei”. O FBI ofereceu uma recompensa de até 50 mil dólares por informações que contribuam para a captura de Boelter.

Fingindo ser um oficial de polícia.

Walz classificou os ataques como “um ato de violência política direcionada”. O governador, ex-aliado de chapa com o Partido Democrata junto à ex-vice-presidente Kamala Harris na eleição de 2024 vencida por Trump, comunicou no X que as bandeiras de Minnesota serão hasteadas a meio mastro em memória de Hortman. Evans declarou que o senador estadual, que se encontra “em estado estável”, e sua esposa foram alvejados 90 minutos antes do ataque ao congressista e seu marido.

O suspeito, que empreendeu fuga a pé após um confronto com a polícia próximo à residência de Hortman, conforme informaram as autoridades, abandonou em seu veículo panfletos relacionados a protestos contrários a Trump, denominados “No Kings”, além de um manifesto que mencionava diversos políticos e autoridades, incluindo Hortman e Hoffman. A empresa de segurança residencial Praetorian Guards Security Services definiu Boelter como seu diretor de patrulhas de segurança.

As autoridades acreditam que o agressor se passou por um policial. Uma imagem divulgada pelo FBI o mostra usando o que aparenta ser uma máscara de látex, possivelmente para evitar a identificação.

David Carlson, colega de quarto de Boelter, informou à emissora de televisão local KARE que recebeu uma mensagem de texto dele indicando que estaria ausente por um período e que poderia morrer em breve. As autoridades recomendaram evitar manifestações políticas em Minnesota “por precaução”. No entanto, imagens transmitidas por emissoras locais mostraram uma multidão reunida em St. Paul, capital do estado, em um protesto em homenagem a Hortman. “Melissa provou que é possível ser político e ser uma boa pessoa”, disse o procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison, em um discurso no evento.

Ameaça plausível

Diante do acirramento das tensões em todo o estado, as autoridades do Texas ordenaram a evacuação do complexo do Capitólio estadual após uma ameaça considerada séria direcionada aos parlamentares que se preparavam para realizar uma manifestação. Em Brooklyn Park, onde Hortman residia, as autoridades revogaram a restrição de circulação, justificando a decisão com a crença de que o agressor não se encontrava mais na área.

Desde que Trump retornou à Casa Branca em janeiro, os Estados Unidos enfrentam uma profunda divisão. O presidente republicano tem sido alvo de críticas por parte dos democratas devido às suas políticas de imigração, ataques a universidades e à mídia, e à percepção de que infringe os poderes presidenciais.

A ex-congresista americana Gabby Giffords, que sobreviveu a um tiro na cabeça em 2011, declarou-se “devastada” com o falecimento de Hortman. “É preciso defender a nossa democracia contra aqueles que a destruíram com armas”, escreveu Giffords no X.

Com informações da AFP

Publicado por Nótaly Tenório

Fonte por: Jovem Pan