Chás auxiliam no sono? Descubra quais escolher e outras estratégias para relaxar
Apesar de ações restritas, os chás relaxantes desempenham um papel relevante. Podem amenizar sintomas leves, fazer parte da rotina de relaxamento e auxi…

Dificuldade para dormir, sono interrompido e fadiga ao despertar são queixas frequentes, principalmente em períodos de estresse ou alterações na rotina.
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Nesse cenário, diversas pessoas utilizam chás de camomila, erva-cidreira e outras infusões naturais para relaxar antes de dormir. Apesar dos resultados serem brandos, profissionais da área reconhecem que essas práticas possuem relevância, sobretudo quando combinadas com hábitos noturnos saudáveis.
Neurologistas apontam que o consumo moderado dessas ervas é seguro para a maioria dos indivíduos e pode apresentar efeito calmante, além de auxiliar na criação de um ritual que prepara o corpo para o sono. Contudo, em casos de insônia persistente, o uso de chás não é suficiente. Os médicos recomendam investigar causas clínicas, hormonais ou psicológicas que afetam a qualidade do sono.
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Dormir bem depende de fatores biológicos e de hábitos. Assim como o sono inadequado frequentemente está associado ao uso excessivo de telas, estresse e à ausência de uma rotina noturna, explica o neurologista Carlos Uribe, do Hospital Brasília. Técnicas como banhos quentes, respiração guiada e até a preparação de um chá se enquadram nesse contexto de higiene do sono, ou seja, rituais que indicam ao cérebro que é hora de descansar.
Camomila e erva-cidreira podem reduzir a tensão antes de dormir.
As ervas mais utilizadas para auxiliar no sono são a camomila e a erva-cidreira. Ambas contêm compostos com ação leve sobre o sistema nervoso. “A camomila tem apigenina e a erva-cidreira, citral. São substâncias com leve efeito sedativo e ansiolítico, que podem facilitar o relaxamento”, afirma Caio Lima, neurologista do Hospital Santa Paula. Ele recomenda ingerir o chá cerca de 30 a 60 minutos antes de deitar, para dar tempo ao corpo de absorver os compostos.
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Pesquisas sobre essas infusões indicam certo impacto na percepção subjetiva da qualidade do sono, porém apresentam pouco efeito nos parâmetros objetivos mensurados por polissonografia, como duração e profundidade do sono. “O efeito fisiológico é leve. Parte da melhora pode estar relacionada ao ritual de tomar o chá antes de dormir, o que também tem valor prático”, afirma Uribe.
Contudo, o consumo excessivo de chás apresenta riscos. Pode sobrecarregar o fígado e os rins, além de provocar desconfortos em indivíduos com sensibilidade ou alergia a determinados componentes. A combinação com medicamentos, como antidepressivos, ansiolíticos e anticonvulsivantes, requer precaução. “Certos ingredientes podem intensificar os efeitos desses fármacos. Recomenda-se consultar o médico antes de utilizá-los de forma contínua”, afirma Lima.
Relaxamento e rotina noturna
Além do chá, intervenções como meditação, respiração profunda, relaxamento guiado e diminuição de estímulos antes de dormir apresentam resultados mais eficazes a longo prazo, principalmente em indivíduos com insônia crônica. Essas práticas, segundo os especialistas, auxiliam na redução da atividade cerebral e na preparação do corpo para o sono de forma mais consistente do que o uso isolado de infusões.
Uribe destaca que distúrbios respiratórios do sono, ansiedade, depressão e o uso de medicamentos estimulantes são causas frequentes de insônia e requerem avaliação clínica. Em certos casos, o uso de sedativos pode ser necessário, contudo, sempre sob prescrição e acompanhamento médico. “Para situações agudas, como estresse temporário, os chás podem auxiliar. No entanto, quando há dificuldade para dormir por semanas ou meses, é fundamental uma avaliação mais aprofundada”, afirma.
No caso de idosos, o uso de chás com ação sedativa requer atenção, sobretudo devido ao risco de quedas, confusão mental e interações medicamentosas. Já em crianças, ervas como valeriana, mulungu e passiflora devem ser evitas. “Camomila e erva-cidreira são mais seguras, mas o ideal é sempre consultar o pediatra”, afirma Lima.
Apesar das restrições, os chás relaxantes desempenham um papel relevante. Podem amenizar sintomas leves, incorporar a rotina de relaxamento e auxiliar na transição entre a vigília e o sono. Contudo, por si só, não solucionam transtornos mais complexos. Nesses casos, a modificação de hábitos e a procura por assistência médica são as abordagens mais recomendadas.
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Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.