Incidências cresceram 6,7% em comparação com 2023; a maioria das vítimas são meninas com menos de 14 anos e que conhecem o agressor.
O Brasil teve 87.545 vítimas de estupro em 2025, o maior número já registrado na série histórica iniciada em 2011. A informação aparece no 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado nesta 5ª feira (24.jul.2025). A média é de uma vítima a cada 6 minutos.
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O total aponta um aumento de 6,7% em relação a 2023, quando foram registrados 82.040 casos. Do total de ocorrências, 76,8% foram classificados como estupro de vulnerável — praticados contra menores de 14 anos ou pessoas incapazes de consentir.
O índice nacional atingiu 41,2 estupros por cada 100 mil habitantes.
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O estudo aponta que 88,9% das vítimas são mulheres. Nos casos de estupro de pessoas vulneráveis, 61,4% das vítimas tinham até 13 anos. O dado reflete a incidência da violência sexual contra crianças e adolescentes.
De todos os registros, 65,7% ocorreram em residências, e 45,5% dos agressores eram parentes próximos da vítima. Adicionalmente, 20,3% eram parceiros ou ex-parceiros íntimos.
A diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, declara que os dados “denotam uma epidemia silenciosa que se repete diariamente, sobretudo envolvendo crianças, frequentemente no próprio lar”.
O relatório também apresenta os municípios com as maiores taxas de estupro e estupro de vulnerável por 100 mil habitantes.
Boa Vista (RR) – 132,7
Sorriso (MT), 131,9
Ariquemes (RO) – 122,5
Vilhena (RO) – 108,7
108,6
As regiões Norte e Centro-Oeste concentram as cidades com os índices mais altos.
Apesar do crescimento nos registros, o FÓRMIO estima que apenas 7,5% dos estupros sejam denunciados às autoridades. Com base nessa projeção, o número real de crimes pode ultrapassar 1 milhão por ano – uma média de dois por minuto.
A ausência de provas contribui para o aumento da impunidade: em 2024, foram realizadas 67.157 perícias sexológicas, mas apenas 9,8% delas geraram laudos positivos.
A dificuldade na obtenção de provas e o preconceito em relação às denúncias favorecem a continuidade dos abusos e a manutenção do silêncio, afirma o relatório.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.