Brasil avança no ranking mundial de competitividade, ainda se mantém entre os últimos
Segundo um estudo da Institute for Management Development (IMD), em colaboração com a Fundação Dom Cabral (FDC), o país ocupa a 58ª posição em uma lista de 69 nações avaliadas.

Apesar do progresso de quatro colocações no ranking global de competitividade , o Brasil permanece entre os últimos países avaliados. Em 2024, o país ocupa a 58ª posição entre 69 nações avaliadas pela Institute for Management Development (IMD) em colaboração com a Fundação Dom Cabral (FDC).
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A análise indica que o avanço se deve a circunstâncias econômicas, incluindo o crescimento do investimento estrangeiro direto e a criação de postos de trabalho, porém o Brasil permanece distante de reformas estruturais que garantam seu desenvolvimento sustentável a longo prazo.
Alcançar posições de destaque é uma notícia positiva, porém, sob a perspectiva estrutural, não há o que celebrar. O Brasil ainda precisa superar obstáculos significativos para ser realmente competitivo, declarou Hugo Tadeu, diretor do núcleo de Inovação, Inteligência Artificial e Tecnologias Digitais da FDC, em coletiva de imprensa na segunda-feira, 16.
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A avaliação considera quatro pilares fundamentais: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura.
O Brasil alcançou seu melhor resultado no quesito desempenho econômico (30º lugar), com base em indicadores como o fluxo de investimento direto estrangeiro (5º), o crescimento de longo prazo do emprego (7º), a atividade empreendedora em estágio inicial (8º) e a participação em energias renováveis (5º).
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Ademais, ocupa posições entre os últimos colocados em áreas essenciais para a competitividade global, como educação básica (69º), habilidades linguísticas (69º), produtividade da força de trabalho (67º), mão de obra qualificada (68º) e custo de capital (69º).
O Brasil está crescendo com o apoio de setores tradicionais, como o agronegócio e a mineração, porém, essa expansão carece de qualidade. A ausência de mão de obra qualificada, tecnologia e inovação não garantirá a sustentabilidade desse progresso a longo prazo, avaliou Tadeu.
O salto de quatro posições é considerado positivo, porém instável.
Observou-se um avanço em indicadores conjunturais, incluindo renda per capita, formação bruta de capital e investimento industrial. Contudo, tais movimentos são de natureza passageira e não asseguram uma evolução sustentável. A competitividade se desenvolve por meio de políticas públicas de longo prazo, e não por ações isoladas e emergenciais.
Ele afirma que países que ocupam os primeiros lugares no ranking, incluindo Suíça (1º), Singapura (2º), Dinamarca (4º) e Taiwan (6º), possuem atributos semelhantes, como abertura ao comércio, estabilidade normativa, um sistema educacional de alta qualidade e estratégias de transferência de conhecimento entre universidades e o setor produtivo.
O Brasil apresenta uma perspectiva de futuro limitada. Por outro lado, persiste uma reação fragmentada às circunstâncias. Se não superarmos nossos gargalos estruturais, como o alto custo do capital e a baixa qualificação, continuaremos sujeitos a um crescimento instável, como denominado na economia, “voo de galinha”.
Tadeu argumenta que a redução do custo de capital deve ser prioridade. Isso implica simplificar o sistema tributário, assegurar um ambiente regulatório mais estável e proporcionar previsibilidade aos investidores.
Destaca-se, ainda, a importância de investir na qualificação da mão de obra, sobretudo nas médias empresas, e de preparar lideranças para lidar com a transformação digital. “O mundo já surfa ondas tecnológicas, e o Brasil precisa formar profissionais capazes de acompanhar esse ritmo.”
Apesar das dificuldades, o relatório identifica que o país possui ativos relevantes, incluindo a matriz energética limpa, a habilidade de atrair investimentos externos e setores robustos, como o agronegócio e os serviços.
Contudo, Tadeu ressalta que é necessário ir além: “O Brasil tem potencial, mas precisa deixar de ser apenas uma promessa. Crescimento sustentável demanda estratégia, educação e inovação.”
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.