Brasil avança no ranking mundial de competitividade, ainda se mantém entre os últimos

Segundo um estudo da Institute for Management Development (IMD), em colaboração com a Fundação Dom Cabral (FDC), o país ocupa a 58ª posição em uma lista de 69 nações avaliadas.

22/06/2025 12:45

3 min de leitura

Brasil avança no ranking mundial de competitividade, ainda se mantém entre os últimos
(Imagem de reprodução da internet).

Apesar do progresso de quatro colocações no ranking global de competitividade , o Brasil permanece entre os últimos países avaliados. Em 2024, o país ocupa a 58ª posição entre 69 nações avaliadas pela Institute for Management Development (IMD) em colaboração com a Fundação Dom Cabral (FDC).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A análise indica que o avanço se deve a circunstâncias econômicas, incluindo o crescimento do investimento estrangeiro direto e a criação de postos de trabalho, porém o Brasil permanece distante de reformas estruturais que garantam seu desenvolvimento sustentável a longo prazo.

Alcançar posições de destaque é uma notícia positiva, porém, sob a perspectiva estrutural, não há o que celebrar. O Brasil ainda precisa superar obstáculos significativos para ser realmente competitivo, declarou Hugo Tadeu, diretor do núcleo de Inovação, Inteligência Artificial e Tecnologias Digitais da FDC, em coletiva de imprensa na segunda-feira, 16.

Leia também:

A avaliação considera quatro pilares fundamentais: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura.

O Brasil alcançou seu melhor resultado no quesito desempenho econômico (30º lugar), com base em indicadores como o fluxo de investimento direto estrangeiro (5º), o crescimento de longo prazo do emprego (7º), a atividade empreendedora em estágio inicial (8º) e a participação em energias renováveis (5º).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ademais, ocupa posições entre os últimos colocados em áreas essenciais para a competitividade global, como educação básica (69º), habilidades linguísticas (69º), produtividade da força de trabalho (67º), mão de obra qualificada (68º) e custo de capital (69º).

O Brasil está crescendo com o apoio de setores tradicionais, como o agronegócio e a mineração, porém, essa expansão carece de qualidade. A ausência de mão de obra qualificada, tecnologia e inovação não garantirá a sustentabilidade desse progresso a longo prazo, avaliou Tadeu.

O salto de quatro posições é considerado positivo, porém instável.

Observou-se um avanço em indicadores conjunturais, incluindo renda per capita, formação bruta de capital e investimento industrial. Contudo, tais movimentos são de natureza passageira e não asseguram uma evolução sustentável. A competitividade se desenvolve por meio de políticas públicas de longo prazo, e não por ações isoladas e emergenciais.

Ele afirma que países que ocupam os primeiros lugares no ranking, incluindo Suíça (1º), Singapura (2º), Dinamarca (4º) e Taiwan (6º), possuem atributos semelhantes, como abertura ao comércio, estabilidade normativa, um sistema educacional de alta qualidade e estratégias de transferência de conhecimento entre universidades e o setor produtivo.

O Brasil apresenta uma perspectiva de futuro limitada. Por outro lado, persiste uma reação fragmentada às circunstâncias. Se não superarmos nossos gargalos estruturais, como o alto custo do capital e a baixa qualificação, continuaremos sujeitos a um crescimento instável, como denominado na economia, “voo de galinha”.

Tadeu argumenta que a redução do custo de capital deve ser prioridade. Isso implica simplificar o sistema tributário, assegurar um ambiente regulatório mais estável e proporcionar previsibilidade aos investidores.

Destaca-se, ainda, a importância de investir na qualificação da mão de obra, sobretudo nas médias empresas, e de preparar lideranças para lidar com a transformação digital. “O mundo já surfa ondas tecnológicas, e o Brasil precisa formar profissionais capazes de acompanhar esse ritmo.”

Apesar das dificuldades, o relatório identifica que o país possui ativos relevantes, incluindo a matriz energética limpa, a habilidade de atrair investimentos externos e setores robustos, como o agronegócio e os serviços.

Contudo, Tadeu ressalta que é necessário ir além: “O Brasil tem potencial, mas precisa deixar de ser apenas uma promessa. Crescimento sustentável demanda estratégia, educação e inovação.”

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.