Bolsonaro menciona Dino e Lupi para justificar críticas às urnas

Em depoimento ao STF na terça-feira (10.jun), o ex-presidente afirmou que a desconfiança no sistema eletrônico não foi exclusiva dele.

10/06/2025 19:27

3 min de leitura

Depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro - A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) no segundo dia dos depoimentos dos 8 réus do núcleo 1 da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. O 1º deles a ser ouvido é o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, que firmou um acordo de delação premiada com a PF (Polícia Federal), homologado pelo STF.  Ele é o 1º justamente por ser o réu delator. A ordem dos demais depoimentos respeitará a ordem alfabética. | Sérgio Lima/Poder360 - 10.jun.2025
Depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro - A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) no segundo dia dos depoimentos dos 8 réus do núcleo 1 da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. O 1º deles a ser ouvido é o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, que firmou um acordo de delação premiada com a PF (Polícia Federal), homologado pelo STF.  Ele é o 1º justamente por ser o réu delator. A ordem dos demais depoimentos respeitará a ordem alfabética. | Sérgio Lima/Poder360 - 10.jun.2025

Em depoimento à 1ª Turma do STF, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que as críticas ao sistema eletrônico de votação não foram exclusivas dele. Segundo o ex-chefe do Executivo, autoridades como o ministro do STF Flávio Dino e o presidente do PDT, Carlos Lupi, também já questionaram a segurança das urnas.

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O desconfiança, o ceticismo e as críticas à votação não são algo exclusivo da minha experiência. Poderia mencionar diversos nomes, afirmou Bolsonaro durante depoimento na ação penal que investiga tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Flávio Dino alegou, na época, que foi vítima de um processo que precisava ser aprimorado e citou “várias modalidades” de irregularidades, após perder a disputa pelo governo do Maranhão em 2010.

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Bolsonaro também citou Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência Social, que escreveu em uma publicação nas redes sociais: “Sem a impressão do voto não há possibilidade de recontagem. Sem recontagem, a fraude impera”. Segundo Bolsonaro, a declaração ainda está disponível no perfil de Lupi no Facebook.

O ex-presidente afirmou que foi Lupi quem apresentou uma ação no TSE solicitando a sua inelegibilidade devido às críticas às urnas eletrônicas. A estratégia inicial da defesa de Bolsonaro seria utilizar os vídeos de Dino e Lupi na audiência de terça-feira, 10 de junho. O pedido, contudo, foi rejeitado pelo ministro Alexandre de Moraes.

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Leia abaixo a publicação de Carlos Lupi, de 27 de maio de 2021, no X (ex-Twitter):

Interrogatórios

A Primeira Turma do STF iniciou na segunda-feira (9.jun) o interrogatório dos réus no núcleo central do processo penal por tentativa de golpe de Estado. De acordo com o Ministério Público, os integrantes desse grupo teriam sido responsáveis por liderar as ações da organização criminosa que visavam impedir a posse de Lula.

Pertencem ao grupo:

Os depoimentos devem ser concluídos até quinta-feira (13.jun). O primeiro a ser ouvido foi Mauro Cid, que firmou um acordo de cooperação com o STF. Os demais réus estão sendo ouvidos em sequência, em ordem alfabética. A ordem foi estabelecida para que todos tenham conhecimento do que o delator declarou e, assim, possam exercer o devido processo legal.

Todos os réus do núcleo estão obrigados a comparecer nos interrogatórios, mas podem permanecer em silêncio e responder a algumas ou nenhuma pergunta. O relator, ministro Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados podem fazer perguntas. Se outros ministros da 1ª Turma comparecerem, também podem questionar os réus.

Após as audiências, os acusados não precisam mais comparecer. A única pessoa do grupo que não irá até o plenário da 1ª Turma é o general Braga Netto, que está preso preventivamente no Rio de Janeiro desde dezembro. Ele participa por videoconferência.

Os interrogatórios são parte da fase instrutória do processo criminal – momento de coleta de provas. As testemunhas do Ministério Público e da defesa já prestaram depoimento e ainda podem ser produzidas provas documentais e periciais, caso sejam solicitadas pelas partes e autorizadas pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.

Podem ser realizadas, eventualmente, investigações adicionais para confirmar informações relevantes durante o processo. Só após essa fase as acusações e as defesas devem apresentar suas alegações finais e Moraes elaborará o relatório final para o julgamento.

Os depoimentos judiciais são divulgados no canal do STF no YouTube e na TV Justiça ao vivo. O Poder360 também realiza a transmissão no canal deste jornal digital no YouTube (inscreva-se e ative as notificações). No Brasil, o interrogatório de réus em ações penais é, por regra, um ato público. Embora a transmissão ao vivo não seja comum, o STF já permitiu acesso de jornalistas e do público em outros casos semelhantes.

Acompanhe os vídeos do depoimento dos réus perante o STF.

Leia reportagens sobre o depoimento de Bolsonaro:

Leia reportagens sobre o depoimento de Mauro Cid:

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.