Ex-presidente afirmou em depoimento que doações asseguraram sua subsistência e auxiliaram Eduardo Bolsonaro a permanecer nos Estados Unidos.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou, em depoimento no STF, que arrecadou R$ 18 milhões por meio de uma campanha de doações via Pix após deixar o Planalto. “Sinal de que o pessoal gosta da gente”, afirmou.
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Ele afirmou que conseguiu arrecadar um montante superior ao levantado pela tradicional campanha “Criança Esperança” da Rede Globo. “E a gente gasta (risos). Eu não posso trabalhar de graça. Não teria como ajudar meu filho, que está nos Estados Unidos, também. Então, eu agradeço. Eu arrecadei mais dinheiro que a Criança Esperança”, declarou. O valor recorde já levantado pelo programa foi de R$ 22,5 milhões, em 2019.
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Veja o vídeo (1min22s):
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Em 2023, apoiadores de Bolsonaro divulgavam o número do CPF do ex-presidente em suas contas nas redes sociais, solicitando doações aos seguidores.
A campanha teve divulgação por deputados federais Carla Zambelli e Nikolas Ferreira, ambos do PL.
Bolsonaro afirmou que os recursos foram cruciais para sua situação financeira.
“E eu falei para um colega: eu só tinha uma maneira de arrumar essa grana — fazendo besteira. Eu não vou fazer. (…) Foram 17 milhões. Depois teve um revés, chegou a 18 milhões”, afirmou.
Bolsonaro comparece à audiência com o ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A Primeira Turma do STF iniciou na segunda-feira (9.jun) o interrogatório dos réus no núcleo central do processo penal por tentativa de golpe de Estado. De acordo com o Ministério Público, os integrantes desse grupo teriam sido responsáveis por liderar as ações da organização criminosa que visavam impedir a posse de Lula.
Pertencem ao grupo:
Os depoimentos devem ser concluídos até sexta-feira (13/jun). O primeiro a ser ouvido foi Mauro Cid, que firmou um acordo de cooperação com o STF. Os demais réus estão sendo interrogados em sequência, em ordem alfabética. A ordem foi estabelecida para que todos tenham conhecimento do que o delator declarou e, assim, possam exercer o amplo direito de defesa.
Todos os réus do núcleo estão obrigados a comparecer nos interrogatórios, podendo permanecer em silêncio e responder a algumas ou nenhuma pergunta. O relator, ministro Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados podem fazer perguntas. Se outros ministros da 1ª Turma comparecerem, também podem questionar os réus.
Após as audiências, os réus não precisam mais comparecer. A única pessoa do grupo que não irá até o plenário da 1ª Turma é o general Braga Netto, que está preso preventivamente no Rio de Janeiro desde dezembro. Ele participa por videoconferência.
As oitivas realizadas são parte da fase instrutória, momento de coleta de evidências. As testemunhas do Ministério Público e da defesa já prestaram depoimento e ainda podem ser produzidas provas documentais e periciais, caso sejam solicitadas pelas partes e autorizadas pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.
Podem ser realizadas, eventualmente, investigações adicionais para esclarecer pontos relevantes durante a instrução. Só após essa fase a acusação e as defesas devem apresentar suas alegações finais e Moraes elaborará o relatório final para o julgamento.
Os depoimentos judiciais são divulgados no canal do STF no YouTube e na TV Justiça ao vivo. O Poder360 também realiza a transmissão no canal deste jornal digital no YouTube (inscreva-se e ative as notificações). No Brasil, o depoimento de réus em ações penais é, por regra, um ato público. Embora a transmissão ao vivo não seja comum, o STF já permitiu acesso de jornalistas e do público em outros casos semelhantes.
Até a terça-feira passada (10 de junho), falaram Mauro Cid, Alexandre Ramagem, o Almir Garnier, Anderson Torres e general Heleno.
Acompanhe os vídeos dos depoimentos dos acusados no STF.
Leia reportagens sobre o depoimento de Mauro Cid:
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Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.