Aumento do IOF: Setor privado afirma que medida contrasta com o crescimento

Instituições identificam aumento do custo do crédito e desvios como desafios.

31/05/2025 3h41

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(Imagem de reprodução da internet).

Aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) gerou resistência de diversos setores da economia frente à posição do governo federal.No comércio e na indústria, observa-se um movimento que eleva o custo do crédito e, segue-se uma trajetória contrária ao desenvolvimento da atividade econômica.As medidas provocarão o aumento dos custos das empresas, inclusive das do setor industrial, já penalizadas pela distribuição tributária desigual e pela dificuldade de acesso ao crédito, sobretudo em um ambiente marcado por uma taxa básica extremamente contracionista e spreads bancários excessivamente elevados. O efeito será muito negativo sobre a atividade econômica e vai inibir investimentos.Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice da Fiesp, considera a medida como um fator adicional ao denominado “custo Brasil”.Cervone menciona que a indústria foi novamente confrontada com a mesma situação, devido ao aumento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e da alíquota do IOF sobre operações de crédito para empresas, que saltou de 0,38% para 0,95%, sendo este último ponto discutido com o governo pelo setor privado e pelo Congresso Nacional.As duas medidas contribuem para todos os problemas que geram o “Custo Brasil”, que tem, há tempos, limitado o crescimento do PIB e prejudicado a indústria, uma atividade que exige investimentos contínuos em tecnologia, equipamentos e qualificação profissional para ser competitiva.O Imposto sobre Operações Financeiras mais alto também se soma ao crédito já pressionado no país devido à taxa Selic, definida pelo Banco Central (BC) para indicar as taxas básicas do país, que atualmente está em 14,75% ao ano.A decisão, em um cenário onde o Brasil apresenta uma das maiores taxas de juros reais do mundo, intensifica o encarecimento do crédito para as empresas, afetando a produção e o investimento, conforme afirma a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).O aumento das alíquotas do IOF sobre operações de empréstimo, adiantamento a depositante, financiamentos e excessos de limite – que dobraram para pessoas jurídicas – representa um encarecimento imediato do capital de giro, essencial para a manutenção da operação industrial e comercial em todo o país.Além da indústria, o varejo também se vê em situação incerta com o aumento do IOF. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA) aponta, além do risco decorrente do aumento do custo do crédito, também as distorções que podem ser geradas com a elevação do imposto em algumas operações cambiais.O IOF, em termos regulatórios, representa um imposto destinado a estimular ou restringir comportamentos do mercado e atividades. Assim, o aumento do IOF tende a desestimular operações de crédito, todo o fluxo de capital, operações cambiais e pode ter um impacto negativo na estrutura de custos das empresas.

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Fonte por: CNN Brasil

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Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.