Análise: estrutura legal possibilita extradição de indivíduos julgados culpados em nações estrangeiras

A deputada federal Carla Zambelli está reavaliando seus planos de mudança para a Itália e agora pondera a alternativa de permanecer nos Estados Unidos e buscar asilo político junto ao governo americano, liderado pelo presidente Donald Trump.

Inicialmente, Zambelli havia anunciado sua intenção de se mudar para a Itália, considerando que sua cidadania italiana a tornaria imune. Contudo, informações recentes demonstraram que essa percepção não corresponde à realidade.

De acordo com o analista político da CNN, Caio Junqueira, existe um arcabouço legal que possibilita a extradição de cidadãos condenados em outros países, inclusive aqueles com dupla nacionalidade. Casos recentes, como os do banqueiro Salvatore Caciola e do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, ambos extraditados da Itália para o Brasil, ilustram essa viabilidade.

A revisão do plano original de Zambelli se deve às condições mais favoráveis que ela identificaria nos Estados Unidos. O professor de Direito Internacional Vladimir Aras explica que o processo de extradição dos EUA para o Brasil é mais complexo, baseado em um sistema de lista de crimes estabelecido em 1961.

Adicionalmente, os delitos pelos quais Zambelli pode ser julgada no Brasil, incluindo porte ilegal de arma e possíveis acusações de hacking, não estão contemplados, o que dificulta ainda mais uma eventual extradição.

A proximidade política entre o “Trumpismo” e o “Bolsonarismo”, juntamente com as relações entre Donald Trump e Jair Bolsonaro, também influenciam a decisão da deputada. Essa situação pode favorecer um pedido de asilo político nos Estados Unidos.

Zambelli confirmou à CNN que está considerando essa nova estratégia: “Talvez fique nos EUA mesmo”. A deputada parece ver os Estados Unidos como um ambiente mais seguro para sua situação atual, evitando assim os riscos enfrentados por outros brasileiros que buscaram refúgio na Itália no passado.

Fonte por: CNN Brasil