Alckmin defende a negociação imediata de tarifas e afirma que há pouca preocupação em relação às investigações dos Estados Unidos

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, declarou nesta quarta-feira (16) que o governo brasileiro almeja uma negociação urgente, ainda que não veja impedimento em prorrogar o início da vigência das tarifas para os Estados Unidos. As novas cobranças iniciarão a partir de 1º de agosto, conforme anúncio do presidente americano, Donald Trump.

Alckmin afirmou que se busca negociação, sendo urgente, e que a resolução é esperada nos próximos dias, após reunião com o presidente da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), Abraão Neto, na sede do MDIC. Ele complementou: “Se houver necessidade de prorrogar o prazo para o início das tarifas, não vejo problema”.

Ele afirma que se trata desse sentimento, abrangendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os empresários brasileiros (dos setores industrial, do agronegócio, de serviços e do comércio) e as empresas americanas. “Os Estados Unidos, o segundo maior superávit que possuem, é com o Brasil. Se cai o comércio, eles vão perder um dos poucos países com que possuem superávit. Então, não há lógica, por isso o esforço para resolver”, declarou ainda o vice-presidente.

Leia também:

Hugo reitera a importância de votar a favor da isenção do IR, após diálogo com Gleisi

Polícia apreende carga ilegal de ouro, apreendendo R$ 265 milhões

Bolsonaro se declara culpado ao solicitar perdão, afirma que Lula

Investigação americana não é inédita.

Alckmin declarou que existe pouca preocupação do governo federal com as investigações divulgadas pelos Estados Unidos sobre a economia brasileira, incluindo o Pix. “Não é a primeira vez que isso é feito. Da outra vez explicamos e vamos explicar”, afirmou a jornalistas após a série de reuniões que teve com o setor produtivo durante esta quarta-feira (16).

O foco do Executivo, segundo Alckmin, segue sendo reverter as tarifas de 50% para exportações brasileiras a partir de 1º de agosto. “O que temos que resolver é a questão tarifária. Ela não se justifica nesse patamar.” Sobre as questões alvo da investigação, o vice-presidente elencou respostas. Sobre o Pix, disse tratar-se de um meio de pagamento modelo e de sucesso. Quanto ao desmatamento, também alvo dos EUA, Alckmin afirmou que o País tem reduzido o problema com a meta de zerá-lo.

O tempo de processos para registrar patentes no Brasil, outra reclamação do governo de Donald Trump, tem sido reduzido, apontou o vice-presidente. “Registrar patente demorava sete anos. Caiu para quatro e deve cair para dois até o final do ano que vem.”

Comitê interministerial

O Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais foi formalizado pelo decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica (Lei 15.122/25). Inicialmente, o grupo terá como objetivo ouvir os setores empresariais para identificar as consequências do anúncio dos Estados Unidos, que incluem tarifas de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, a partir de 1º de agosto.

Na quarta-feira, ocorreram três reuniões com o setor produtivo para debater medidas contra as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos. Até o momento, a principal proposta do empresariado é buscar pelo menos mais 90 dias de negociação e evitar retaliações ao máximo. Representantes do setor agropecuário solicitaram cautela ao Executivo nas negociações e que as tratativas sejam concluídas até 31 de julho.

Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Carolina Ferreira

Fonte por: Jovem Pan